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Para deputados, governo está desorientado e não sabe como conter a insatisfação

brasiliaParlamentares do PSDB avaliam que faltou autocrítica e sobraram velhas promessas na pífia reação do governo federal aos protestos que levaram mais de 2 milhões de pessoas às ruas neste 15 de março. Após assistir a maior manifestação popular desde as Diretas Já com duras críticas ao seu governo e clamor por combate severo à corrupção, a presidente Dilma perdeu a oportunidade de dar uma imediata satisfação à sociedade, fazer um mea-culpa e apresentar soluções reais aos problemas causados aos brasileiros por sua própria gestão. Preferiu acionar ministros, que deram declarações fora de sintonia com os anseios das ruas.

Panelaço de novo – O líder do partido na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), disse que o discurso do governo é “alienado, arrogante e afronta a sociedade”. Repetindo a mesma cantilena ditada por Dilma em 2013, após os protestos de junho daquele ano, José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) anunciaram medidas “anticorrupção” e falaram em reforma política. Enquanto os dois concediam entrevista coletiva, um novo panelaço ocorria em várias cidades. Nesta segunda-feira, após reunião de Dilma com nove ministros e seu vice, Michel Temer, foi a vez de Eduardo Braga, titular de Minas e Energia, ir a público. Segundo ele, o governo não mediu esforços para impedir “que esse momento difícil chegasse”.

Para o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), as falas dos ministros na noite de domingo foram “patéticas”. Os ministros, segundo ele, foram à TV falar como “se estivesse em outro planeta”.  Na avaliação do tucano, o governo deve se desculpar após tomar medidas que vão de encontro ao prometido na campanha.

Na opinião do deputado Betinho Gomes (PE), o governo está “completamente desorientado” e tentou apresentar um mesmo receituário para uma crise que só cresceu. “É mais do mesmo”, criticou.  “Esta é a hora de a presidente falar como estadista, apontar rumos. Mas o governo não consegue dar uma solução concreta aos problemas que eles mesmos criaram. Naturalmente o descrédito e desconfiança só aumentam”, avaliou nesta segunda-feira (16), ao prever que as manifestações populares devem continuar.

Ao contestar as afirmações de que os protestos teriam sido realizados apenas por  eleitores que não votaram em Dilma, o parlamentar ressaltou: “O que tivemos foram cidadãos brasileiros cobrando respostas para os problemas do país. Com certeza entre estes estava muita gente arrependida por ter votado nela”.

O deputado Caio Narcio (MG) avaliou a reação do governo como uma demonstração de que o governo petista “sempre finge que o problema não é com eles”. Em sua avaliação, a população não vai se conformar com a mesma ladainha de sempre, expressada pelos ministros na noite de domingo. “A população está vacinada com esse tipo de enganação. É só o povo ir à rua que eles dizem que vão mudar tudo. Não tem chance de a população acreditar de novo neste governo, que perdeu a confiança das pessoas”, analisou

Presidente acuada – Para o deputado Antonio Imbassahy (BA), a presidente Dilma conseguiu aumentar ainda mais a indignação dos brasileiros ao escalar ministros para falar à imprensa em seu nome. “Eles trouxeram a público um discurso alienado e arrogante, que a população não aguenta mais, enquanto a presidente Dilma, acuada pelos protestos, se encolheu e escondeu”, disse Imbassahy.

O líder da Oposição na Câmara, Bruno Araújo (PE), também questionou o silêncio de Dilma. “Cadê a presidente? Como milhões de brasileiros vão às ruas e quem aparece para respondê-los são auxiliares. Não se acovarde, Dilma”, cobrou.

O deputado João Gualberto (BA), por sua vez, ressaltou as semelhanças da reação governista aos atuais protestos com aqueles acontecidos em 2013. “Assim como na primeira vez, é apenas uma estratégia equivocada para ganhar tempo, reduzir a pressão; simular uma conexão com o desejo popular. É uma clara demonstração de que ela não entendeu, ou finge não entender, os apelos da população. Um pacote anticorrupção não será o instrumento da mudança reverberada pelas vozes da rua”, alertou.

O deputado João Campos (GO) lembrou que o PT está há 12 anos no poder e só agora anuncia medidas contra a corrupção. “Estranho, não? Lula e Dilma nunca quiseram reforma politica. No ano passado o PT obstruiu a votação da reforma politica por nove meses na CCJ da Câmara. O governo da Dilma perdeu toda a credibilidade, o povo não quer e não aguenta ouvir nem ela, nem seus ministros”, avaliou.

Do PSDB na Câmara

 

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