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Para mercado, Selic não escapará de atingir 14%

selicBrasília (DF) – A taxa Selic não deve escapar de atingir o nível de 14% no fim do atual ciclo de aperto monetário, mesmo que o Banco Central persiga a projeção do seu modelo de inflação, e não a do mercado. A aposta está refletida tanto nos contratos de juros futuros na BM&F quanto nas análises de gestores, economistas e profissionais de mesas de operações. As informações são do jornal Valor Econômico desta quinta-feira (21).

Especialistas apontaram que, ainda que o modelo do BC contemple variáveis mais otimistas do que as do mercado, “não há chance de seu objetivo ser alcançado antes de julho”. E, portanto, até lá, o juro seguirá em alta.

De acordo com a coluna do jornalista Cristiano Romero, publicada ontem (20) no Valor, o BC manterá o aperto monetário até que as suas projeções apontem para uma inflação de 4,5% no fim de 2016. A afirmação representa uma mudança importante no discurso do BC, que, até então, sustentava que a “política monetária tem que se manter vigilante para fazer com que a convergência da inflação e das expectativas para a meta de 4,5% no ano seja concluída no final de 2016″.

Para os agentes, a primeira leitura é de que o BC tornou seu discurso mais realista. “Ninguém acredita que a inflação poderá cair para 4,5% no fim de 2016, a menos que ocorra um choque muito relevante”, afirmou o profissional de um grande banco nacional, que prefere não ser identificado. “Se o BC insistisse nessa afirmação, iria tornar seu objetivo impossível ou então continuar subindo os juros a patamares
desnecessariamente altos”, completou.

Na avaliação do economista-chefe da Bradesco Asset Management, Fernando Honorato, ao tentar replicar o modelo do BC, ele continua vendo a Selic entre 14,25% e 14,5% no fim deste ano para que a inflação esperada para 2016 caia para 4,6%. “Isso considerando o uso de premissas realistas”, declarou.

Ele diz ainda que a alta maior que a esperada dos preços administrados, o efeito da inércia inflacionária e a expectativa de inflação ainda alta para 2016, que segundo a mediana das projeções dos analistas no último Focus estava em 5,5%, devem limitar os efeitos positivos para a inflação do câmbio mais baixo e da atividade econômica mais fraca.

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