Após analisar centenas de documentos das empresas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Odebrecht e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que liberava o dinheiro indiretamente à Odebrecht, procuradores do Núcleo de Combate à Corrupção em Brasília concluíram que o petista cometeu o crime de tráfico de influência. É o que aponta reportagem da revista Época desta semana, que obteve acesso à íntegra das investigações.
De acordo com a revista, entre os documentos analisados estão telegramas diplomáticos sobre a atuação do petista e dos executivos da empreiteira no exterior, notas fiscais, além de mapeamento de viagens e encontros dos investigados. Os procuradores também ouviram as versões de Lula e receberam as defesas da Odebrecht e do BNDES.
Segundo a Época, os procuradores afirmam que havia um “modus operandi criminoso” na atuação de Lula, dos executivos da Odebrecht e dos diretores do BNDES para liberar dinheiro do banco à empreiteira; o ex-presidente praticou o crime de tráfico de influência em favor da empreiteira; o petista vendeu sua “influência política” à Odebrecht por R$ 7 milhões; o contrato de palestras entre uma empresa de Lula e a Odebrecht serviu para “dar aparência de legalidade” ao tráfico de influência; e o BNDES aprovava com velocidade incomum (até 49% acima da média) – os financiamentos que envolviam gestões de Lula e interessavam à empreiteira.