Brasília (DF) – O senador Delcídio Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, tem sido aconselhado por parentes e amigos a negociar um acordo de delação premiada, que para eles seria o melhor caminho para tirar o petista da prisão ainda neste ano. As informações são de reportagem deste domingo (29/11) do jornal O Estado de São Paulo.
De acordo com a publicação, a esposa de Delcídio, Maika, é uma ferrenha defensora da estratégia. Ela tem dito que o marido não pode assumir a responsabilidade sozinho por erros cometidos pelo seu partido, o PT, e pelo governo federal.
Pessoas mais próximas ao senador consideram pequenas as chances de sua defesa conseguir um habeas corpus na Justiça, após a divulgação da gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró. Na conversa, Delcídio relata uma suposta pressão a ministros do Supremo Tribunal Federal para obter um habeas corpus para o ex-diretor preso.
Em depoimento à Polícia Federal na semana passada, Delcídio Amaral citou de forma espontânea, pelo menos três vezes, a presidente Dilma Rousseff. “A então ministra (de Minas e Energia no governo Lula) Dilma já conhecia Nestor Cerveró desde a época em que ela atuou como secretária de Energia no governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul”, afirmou o senador.
Para que o senador Delcídio Amaral conte o que sabe sobre o esquema de corrupção e desvios na Petrobras, em troca de benefícios concedidos pela Justiça, o acordo de delação premiada tem que ser acertado com a Procuradoria-Geral da República e, posteriormente, homologado pelo Supremo Tribunal Federal.