Brasília (DF) – O percentual de devoluções de cheques sem fundos no país foi de 2,29% em maio, o maior resultado dos últimos seis anos e o terceiro maior de toda a série histórica, iniciada em 1991. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (23) pelo indicador Serasa Experian. Em abril, o percentual foi de 2,26%, o pior para o mês desde o início da série.
De acordo com o jornal O Globo de hoje, os economistas da Serasa observaram que a elevação do indicador em 2015 se deve à falta do custo de vida e aos impactos negativos das taxas de juros e do desemprego sobre a capacidade de pagamento do consumidor.
As estimativas dos analistas de mercado, apuradas pelo Boletim Focus do Banco Central (BC), apontam que o cenário deve se manter e a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve chegar a 8,97% no fim deste ano, com a taxa básica de juros (Selic) a 14,25%. Há uma semana, as projeções eram de 8,79% e 14%, respectivamente.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na semana passada, foram fechadas 115.599 vagas formais de emprego no país em maio, o pior resultado já visto para o mês. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ainda que, nos três meses encerrados em abril, a taxa de desemprego no Brasil subiu a 8%, ante 7,1% em igual período do ano passado.
Reportagem publicada ontem (22) pelo O Globo revelou que um novo ciclo de inadimplência se espalha pela economia brasileira. Pelo menos quatro instituições que acompanham os índices de inadimplência (Serasa Experian, SPC Brasil, SCPC Boa Vista e Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo) projetam crescimento das dívidas em atraso.