Brasília (DF) – O rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, na semana passada, trouxe consequências negativas não só para a atual crise do mercado financeiro, mas também para as projeções futuras. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a retração do Produto Interno Bruto (PIB) pode chegar a 3% neste ano, e 2,1% em 2016.
As informações são de reportagem publicada nesta terça-feira (15/9) no jornal O Estado de S. Paulo. Na edição anterior do Seminário de Análise Conjuntural, organizado trimestralmente pela FGV, a expectativa era que a economia encolheria 2,6% neste ano. Os economistas esperavam uma melhora na atividade econômica do segundo semestre, o que não ocorreu.
A previsão atual é de que a economia encolherá 3,7% neste terceiro trimestre, e 4,2% no quarto, em comparação aos mesmos períodos de 2014. Para a pesquisadora do Ibre/FGV Sílvia Matos, ouvida pelo Estadão, a economia em retração no segundo semestre de 2015 também puxa a atividade econômica para baixo em 2016 – algo que os economistas chamam de “carregamento estatístico”.
Inflação e desemprego
As previsões do Ibre/FGV para a inflação também não são animadoras. Segundo o instituto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará em 9,4% neste ano, e 6,4% em 2016, acima da média. Os economistas estimam também que, mesmo com o aumento do desemprego, serão fechadas três milhões de vagas de emprego formal em 2015 e 2016.