A Petrobras admitiu que a importação de nafta para atender ao contrato firmado em 2009 com a Braskem, uma das empresas do grupo Odebrecht, trouxe prejuízos aos cofres da estatal. Em vez de assumir possíveis irregularidades nas negociações, entretanto, a petrolífera preferiu culpar “uma alteração imprevisível do mercado de nafta, ocorrida após a celebração” do acordo, segundo informações de matéria publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (15).
O contrato é alvo de investigações de força-tarefa da Operação Lava Jato, que afirma que, em troca do pagamento de propina, a Braskem conseguiu nafta – derivado de petróleo utilizado como matéria-prima da indústria petroquímica – por valores menores que os praticados no mercado internacional. O negócio foi alvo de críticas do deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ).
“Esse é mais um capítulo do assalto à Petrobras, que em direito penal se intitula crime continuado. Além das implicações de fragilização do mercado, a decisão certamente obteve a chancela do seu conselho de administração, o qual, não custa lembrar, era presidido pela presidente Dilma Rousseff. A tragédia que já bateu na nossa maior empresa é de total responsabilidade dos governos Lula e Dilma, e isso não pode ficar impune”, destacou o tucano.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a suposta vantagem teria custado R$ 6 bilhões à estatal em apenas cinco anos, já que a Petrobras comprava a nafta por determinado valor e a revendia por preços inferiores à Braskem.
As suspeitas em relação ao contrato firmado entre Petrobras e Braskem começaram após o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa terem afirmado, em depoimentos ao MPF, que a empresa do grupo Odebrecht teria pago propina para conseguir nafta por preços mais vantajosos.