Brasília – A Petrobras estuda um plano de venda de ativos do pré-sal que tem como objetivo arrecadar US$ 5 bilhões, para diminuir as dívidas da empresa. A privatização foi noticiada pelo jornal O Globo. O deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP), membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara, avaliou que a proposta expõe contradições entre o discurso e a prática do PT e a falta de capacidade gerencial do governo Dilma Rousseff para efetuar, com qualidade, concessões ao setor privado.
O plano da Petrobras inclui a venda de nove blocos exploratórios do pré-sal entre as bacias de Campos (RJ) e Santos (SP), áreas em águas rasas e usinas térmicas que atualmente são pouco rentáveis à estatal. A reportagem do jornal O Globo destaca que parte desses ativos já foi colocada à venda em 2013, em uma operação que acabou mal-sucedida.
“Com outros nomes, com a tentativa de outros contornos, o PT faz assim uma verdadeira privatização de trechos da Petrobras. O mesmo partido que hoje promove as vendas, motivado pelos péssimos números da empresa, tanto demonizou as acertadas privatizações realizadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso”, disse Haddad.
Dificuldades
Especialistas ouvidos pelo jornal O Globo afirmaram que a Petrobras deverá encontrar obstáculos para a venda de seus ativos. Um dos fatores é que as empresas do setor devem ser atraídas por leilões programados para países como México, Gana e Moçambique.
Na avaliação de Miguel Haddad, o quadro demonstra a incapacidade de o governo petista de promover as privatizações de forma adequada. “Ao invés de conduzir o negócio com planejamento, o governo Dilma usa as privatizações como uma tábua de salvação. Assim, corremos o risco de ter uma emenda pior do que o soneto, isto é: a realização de concessões que tragam ainda mais prejuízo ao país”, afirmou.
O deputado acrescentou que, além da concorrência internacional, outro fator que pode prejudicar a Petrobras em sua política de concessões é a reputação atual da empresa – manchada pelos seguidos escândalos de corrupção.