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PF investiga se marqueteiro do PT usou laranja na compra de imóvel ligado à Odebrecht

joaos-santana_ebc5b220-300x191A Polícia Federal investiga se o marqueteiro de campanhas presidenciais do PT, João Santana, comprou um apartamento em um bairro de luxo de São Paulo de um laranja. De acordo com matéria do jornal O Globo desta terça-feira (1°), o imóvel entrou no radar da operação Lava Jato porque foi pago com dinheiro não declarado da offshore Shellbil no exterior e, antes de pertencer ao suposto laranja, a propriedade foi de Ruy Lemos Sampaio, diretor da holding que controla a Odebrecht.

Segundo o jornal, em outros negócios também omitidos da Receita Federal, a empreiteira pagou o publicitário petista por meio da Shellbil. O apartamento com quatro suítes, de 306 metros quadrados e cinco vagas de garagem no bairro Vila Nova Conceição, na zona Sul da capital paulista, foi comprado por Santana em 17 de junho de 2013. Os antigos proprietários eram Mauro Eduardo Uemura e Deborah de Oliveira Uemura, que haviam comprado o imóvel em 14 de dezembro de 2009 de Sampaio. Em janeiro, antes mesmo da prisão do marqueteiro, o casal pediu acesso às investigações.

Segundo investigações da Lava Jato, a compra de imóveis é um dos caminhos usados por operadores de propina para lavar dinheiro desviado da Petrobras. A matéria do jornal O Globo afirma que um dos delatores da operação, Milton Pascowitch, contou à PF que fez repasses ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por meio da reforma de imóveis e da compra de um apartamento.

Além disso, a forma como o imóvel foi adquirido chamou a atenção dos investigadores. Na escritura, Santana diz que pagou R$ 3 milhões, mas na sua declaração de Imposto de Renda de 2013 registrou R$ 4 milhões. A Lava Jato descobriu que nenhum desses valores foi o total gasto e quem pagou parte do apartamento foi a empresa de Santana e sua mulher, Mônica Moura: a Polis Propaganda, que prestou serviços a campanhas do PT.

A empresa depositou um sinal de R$ 300 mil e uma parcela de R$ 2,7 milhões na conta de Deborah Uemura no Bradesco. Mais US$ 1 milhão foi repassado por fora, através da offshore Shellbil, de Santana, para uma conta de Mauro num banco português no exterior.  Já em depoimento à PF na semana passada, o marqueteiro disse que pagou R$ 6 milhões pelo imóvel.

As movimentações da Shellbil estão sendo investigadas pela Lava Jato, sob suspeita de vínculo com dinheiro desviado de contratos da Petrobras. Os investigadores dizem que Santana recebeu ao menos US$ 7,5 milhões da Odebrecht e do operador de propinas da estatal Zwi Skornicki.

Confira aqui a íntegra da reportagem do jornal O Globo.

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