Brasília – A Polícia Federal investigará as denúncias de propina paga pela empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras. A notícia foi divulgada nesta quinta-feira (13) pelo jornal Folha de S. Paulo. A ação da PF soma-se à decisão de terça-feira (11) da Câmara dos Deputados, que votou pela criação de uma comissão externa para apurar o mesmo caso.
Segundo a denúncia, a SBM Offshore pagaria quantias a dirigentes da Petrobras para assegurar o fechamento de negócios entre a companhia holandesa e a estatal. O grupo é fabricante de navios-plataforma. O caso está sob investigação do Ministério Público da Holanda e envolve, além do Brasil, outros países – mas cerca de US$ 139,2 milhões teriam sido destinados apenas a membros da Petrobras.
Positivo
O deputado federal Luiz Fernando Machado (PSDB-SP) avaliou que vê de forma positiva a entrada da Polícia Federal na apuração do caso. “A Polícia Federal é uma instituição séria, que dá muitas respostas no combate ao crime, e esperamos resultados positivos da presença dela no episódio”, disse.
Para o parlamentar, a importância da Petrobras justifica a presença de diferentes atos de investigação sobre as denúncias – além de PF e Câmara, a própria estatal declarou ter criado uma comissão para o assunto. “A Petrobras é um patrimônio brasileiro. E que tem relação não apenas com o governo, mas com milhares de pequenos investodores. Todo cuidado com a instituição é mais do que justificado”, disse.
Congresso
Machado afirmou que a aprovação da comissão da Câmara foi um fator que motivou a investigação por outras instâncias. “Quando o Congresso resolve trabalhar, se mostrar independente e preocupado com os fatos, o resultado acontece, e a sociedade passa a procurar mais respostas”, disse.
Na avaliação do tucano, a crise entre PT e PMDB – que levou, entre outros efeitos, à aprovação da convocação de ministros para depoimento no Congresso, e à criação da comissão sobre a Petrobras – reflete ainda um sentimento presente na população.
“Os brasileiros já não mais aceitam uma política feita à base de imposição. Querem o diálogo. E é isso que a oposição ao governo do PT propõe”, destacou.