A prefeita Paula Mascarenhas recebeu na última sexta-feira (9) cinco representantes do grupo Mobilização pela Vida das Mulheres Pelotenses, que se formou em 17 de julho deste ano, cinco dias após a veiculação de notícia com denúncia de que exames citopatológicos estariam sendo feitos por amostragem pelo laboratório contratado pela Prefeitura. Reunidas no gabinete da prefeita, no Paço Municipal, as mulheres, que estavam acompanhadas pela vereadora Fernanda Miranda (PSOL), pediram atualização quanto ao caso e levaram suas preocupações e demandas. O grupo disse que queria entender “se” e “onde” houve erro e o que pode ser feito para melhorar o fluxo interno da Secretaria de Saúde (SMS) e evitar futuras falhas.
Entre as solicitações, também constou pedido à prefeita de garantia de assistência às pacientes que já foram diagnosticadas com câncer, para que tenham o tratamento adequado. Paula lembrou que o tratamento é feito pelo SUS, mas se comprometeu a averiguar se existe alguma falha, e afirmou que essas mulheres terão atenção especial da Saúde, que fará um acompanhamento para se certificar de que estejam sendo devidamente atendidas.
O grupo apontou como positiva a iniciativa da Prefeitura, quanto à contratação emergencial de outro laboratório, de disponibilizar os exames de pré-câncer para que todas as pelotenses possam refazê-los e, assim, sentirem-se seguras.
Apenas no Outubro Rosa, foram realizadas 2.310 coletas nas UBSs. Este número vai ao encontro da principal ‘bandeira’ do grupo: que todas as mulheres possam refazer o exame e com segurança no resultado. As visitantes disseram, também, que o grupo de Mobilização pode ajudar a sensibilizar as pelotenses e tentar desfazer o sentimento de desconfiança em relação ao serviço. Paula agradeceu-as pela predisposição e destacou que toda ajuda é muito bem-vinda.
A prefeita fez um breve relato do passo a passo das ações da Prefeitura, desde o momento em que teve conhecimento da denúncia de possível fraude até a atualidade.
“A questão fundamental é verificar a verdade dos fatos. Se for, tratasse de um erro gravíssimo e os responsáveis devem ser punidos. Mas, a veracidade da denúncia só pode ser comprovada por meio de uma análise científica. Agora, está tudo nas mãos do Poder Judiciário, que tem os laudos e lâminas e vai determinar a reanálise para a contraprova”, explicou Paula.
O grupo queria saber como se encontram as atividades da Sindicância Interna, aberta pelo Executivo. Presente na reunião, a procuradora geral do Município, Luciane Acunha Moreira, explicou que o papel da Sindicância é apurar se houve algum erro por parte de servidor público, se esse equívoco afetou a saúde das pessoas e, a partir disso, definir a punição ao(s) responsável(eis).
A procuradora adiantou que o processo já envolveu 30 pessoas e mais duas serão ouvidas nos próximos dias. Depois disso, Luciane e os dois procuradores de carreira designados para o caso irão decidir se aguardam pelos resultados da contraprova dos exames ou finalizam a Sindicância, independentemente de ter havido fraude.
A prefeita também se disponibilizou a averiguar se a SMS já providenciou os ajustes necessários para garantir a comunicação entre servidores e gestores, com a finalidade de facilitar o trâmite de denúncias futuras. Este fato é mais uma preocupação que foi levada pelo grupo, que terá o devido retorno.