Brasília (DF) – O presidente mundial da petroleira Shell, Ben Van Beurden, disse, em visita ao Brasil nesta segunda-feira (15), ser favorável à flexibilização das regras de exploração de petróleo no pré-sal, para que outras companhias, além da Petrobras, possam ser operadas.
O senador José Serra (PSDB-SP) é autor de um projeto de lei que permite a contratação de empresas para a operação das áreas de exploração do petróleo. A expectativa é que a proposta seja votada ainda neste semestre pelo Senado.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo desta terça (16), Van Beurden declarou que a empresa tem interesse em atuar no segmento e que a mudança nas regras seria vantajosa para o país. O dirigente esteve no Brasil para anunciar o início da operação conjunta da Shell com o BG Group.
“[A flexibilização das regras do pré-sal] É um assunto que diz respeito ao governo e aos congressistas, mas, se me perguntarem se faz sentido, eu diria que faz. Ajudaria a dividir os riscos e a trazer mais investimentos”, afirmou.
A lei atual garante à Petrobras a exclusividade da operação do pré-sal, mas, segundo a reportagem, diante das dificuldades financeiras da estatal, a pressão por mudanças mobiliza hoje toda a cadeia do petróleo.
País-chave
Um mês após a reunião com a presidente Dilma Rousseff em Brasília, Van Beurden decidiu voltar ao país para explicar a integração das atividades, enquanto seus colegas da diretoria foram enviados a outros países.
Segundo o holandês, o Brasil será um “país-chave na estratégia” do setor petrolífero. “Está no top três de nosso portfólio e, se considerarmos apenas a produção em águas profundas, é o maior.” O reforço da presença no Brasil foi uma das justificativas apresentadas pela Shell ao fazer a oferta de US$ 70 bilhões pela BG, segundo o jornal.