“O governo pode começar o próximo ano com uma previsão orçamentária para novos investimentos menor que o valor devido por obras já realizadas ou em execução. Relatório da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara aponta que esse fenômeno já aconteceu em 2014, quando os restos a pagar de investimento atingiram R$ 89,7 bilhões, enquanto os investimentos programados no Orçamento deste ano somaram R$ 81,864 bilhões. ”
É o que informa matéria veiculada na edição desta segunda-feira (01.12), no jornal Valor Econômico.
Segundo o Valor, “para 2015, a proposta orçamentária prevê investimentos novos de R$ 67,259 bilhões, o que poderá ser bem inferior ao que ficará de restos a pagar de exercícios anteriores, cujo montante só será conhecido em janeiro.”
Para o deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP), o que ocorre é que, “com o descontrole das contas, o governo perdeu a capacidade de gerar superávit primário.”
Na prática, explica, “gasta demais, independente de ter tido a chance de aumento de receita.”
Além disso, prossegue o tucano, “depois de não conseguir fechar as contas, o governo passou a maquiar para dizer que estava fazendo superávit. Três anos em desequilíbrio fiscal através de maquiagem.”
Na opinião de Duarte, “há muito tempo o orçamento da União não tem um grau de aderência razoável. O que se aprova no Congresso é diferente do que se executa no ano. “
E resume: “Não é manobra fiscal ou contábil que vai resolver as contas. É preciso acabar com a corrupção.”