Brasília (DF) – Mais irregularidades foram encontradas na “Pátria Educadora” da presidente Dilma Rousseff. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que ao menos 47 alunos do Programa Universidade para Todos (ProUni), gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), tiveram bolsas de estudo pagas pelo governo federal após sua morte. Além disso, foram identificados 4.421 bolsistas com renda superior ao exigido até o primeiro semestre de 2012.
Segundo a reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira (25), constavam do programa universitários que não eram brasileiros natos ou naturalizados, o que contraria as normas do ProUni. Foi identificado também um alto índice de bolsas ociosas: 22%.
Foram analisadas 291 investigações de 2005 a 2012. Os auditores verificaram que, em cerca de 12% dos casos, os candidatos aptos a receber a bolsa deixaram de comprovar pelo menos um critério de elegibilidade, como escolaridade, residência e renda do grupo familiar. Também foram encontrados beneficiários com duas bolsas ativas, além da seleção de candidatos para campus inativos.
De acordo com a CGU, “houve problemas na alimentação dos dados do SisProUni pelas instituições de ensino, bolsistas com desempenho acadêmico inferior ao estipulado, inconsistência no que a instituição informava sobre bolsas do ProUni e as vagas efetivamente oferecidas no vestibular, entre outros”.
A auditoria também cruzou os dados oferecidos pelos bolsistas com informações da Relação Anual de Informações (Rais). Segundo o relatório, em 2011, 18.895 bolsistas tinham renda familiar maior na Rais que a informada no sistema do programa de bolsas.
“Os resultados apresentados evidenciam que as informações relativas à renda do grupo familiar apresentadas pelos candidatos não são fidedignas, ocasionando a concessão de bolsa a candidato sem perfil de renda”, aponta o relatório.