O deputado federal Otavio Leite (PSDB-RJ), que faz parte da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, pediu a apuração do caso e disse que a polícia tem que ir às últimas consequências.
“Esse episódio faz parte de uma estratégia maior que planeja desestabilizar a democracia e isso não pode ficar em brancas nuvens”, reiterou o parlamentar.
O tucano disse ainda que a “inconsequência” dos atos que culminaram na morte de Santiago são “provenientes do radicalismo insano e do extremismo”. “É inaceitável. Essa inconsequência destrói não apenas o patrimônio público como também vidas”, enfatizou ele.
Caso
O advogado Jonas Nunes afirmou que os ativistas recebiam em torno de R$150 para participar dos protestos e promover atos de violência e “terrorismo social”. Segundo ele, os jovens são aliciados por integrantes de partidos políticos e movimentos sociais, que pagam a quantia para fomentar a participação nas manifestações.
Caio foi preso na madrugada da quarta-feira (12), em Feira de Santana (BA), e confessou ter acendido o rojão que vitimou o cinegrafista da TV Bandeirantes. Em entrevista à TV Globo, ele disse que “alguns manifestantes são convocados, outros não” e que não sabia quem estava por trás dos aliciamentos. “A polícia tem de investigar”, afirmou.
Em reportagem publicada nesta quarta-feira (13), na Folha de S. Paulo, o advogado informou que Caio e o também manifestante Fábio Raposo receberam o valor máximo para participar do protesto da última quinta-feira (13), no centro do Rio.
Envolvimentos
“O dinheiro era pago por um ativista, que eles não deram o nome. Mas esse ativista tem envolvimento com político, com diretórios regionais de partidos, de vereadores, deputados estaduais e senadores”, afirmou Nunes. Ele não quis dizer quais partidos estariam envolvidos.
O advogado afirmou também que os aliciadores “forneciam transporte, máscaras de gás, fogos de artifício e todos os apetrechos necessários para a guerra”.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Nunes fez um apelo: “Vocês deveriam investigar vereadores em Câmaras Municipais, deputados estaduais em Assembleias Legislativas (…), a imprensa. A Polícia Federal deveria investigar diretórios regionais de partidos, movimentos sociais que fomentam financeiramente essas manifestações nas principais capitais, Rio de Janeiro, São Paulo”.