Brasília (DF) – Após a votação histórica no Senado Federal que, por 55 votos a 22, decidiu pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e afastou a petista do cargo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumiu interinamente a Presidência da República. Além de destacar a necessidade de um esforço do país para recuperar a economia, em seu discurso de posse, nesta quinta-feira (12/05), Temer anunciou como uma de suas primeiras medidas o corte de gastos do governo e o enxugamento da máquina pública.
Os 32 ministérios de Dilma Rousseff foram reduzidos para 22, com o objetivo de diminuir os gastos públicos. Entre os novos ministros anunciados pelo presidente interino, estão três nomes do PSDB: o senador José Serra (SP), o deputado federal Bruno Araújo (PE) e o ex-secretário de segurança pública do estado de São Paulo Alexandre de Moraes – respectivamente para os Ministérios de Relações Exteriores, Cidades e Justiça e Cidadania. Além deles, a socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, filiada ao PSDB-SP, é a nova secretária-executiva do Ministério da Educação. O PSDB decidiu apoiar o governo Temer após o peemedebista se comprometer com os “Princípios e valores para um novo Brasil”, documento apresentado pelo partido com 15 propostas consideradas fundamentais para ajudar o Brasil a superar a crise política, econômica e social.
Entre os pontos listados pelo PSDB que nortearam o apoio ao novo governo Temer, estão o combate irrestrito à corrupção e o apoio às investigações da Operação Lava Jato, a reforma política, o controle da inflação e a geração de empregos, reformas na saúde, na educação e a profissionalização da administração pública.
Conheça os tucanos que integram o novo governo Temer:
José Serra (PSDB-SP) – Ministério das Relações Exteriores
O senador José Serra é economista, com mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Cornell, nos EUA, e um dos fundadores do PSDB. Foi secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo no governo Franco Montoro (1983-1987). Como deputado federal, apresentou a emenda que criou o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Foi ministro do Planejamento e da Saúde durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). Sob o seu comando, foi criada a lei de incentivo aos medicamentos genéricos. Foi eleito prefeito de São Paulo, em 2004, e governador do Estado, em 2006. Concorreu à Presidência da República como o candidato do PSDB, em 2002 e 2010. Em 2014, elegeu-se senador da República com mais de 11 milhões de votos.
Bruno Araújo (PSDB-PE) – Ministério das Cidades
O deputado federal Bruno Araújo é advogado, formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi duas vezes deputado estadual e está em seu segundo mandato na Câmara Federal. Nesse período, foi eleito líder do PSDB na Casa, coordenando uma bancada de mais de 50 deputados, e presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia. Foi o autor da proposta que acabou com os impostos federais sobre os produtos que compõem a cesta básica. Atualmente, é vice-presidente do PSDB Nacional e presidente do PSDB de Pernambuco. Um dos parlamentares mais influentes do Congresso, segundo a lista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Bruno Araújo deu o voto decisivo – o de número 342 – para a aprovação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara.
Alexandre de Moraes (PSDB-SP) – Ministério de Justiça e Cidadania
Alexandre de Moraes se formou pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP), em 1990, onde também é doutor em Direito do Estado (2000) e livre-docente em Direito Constitucional (2001). Foi professor associado da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, professor titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie e das Escolas Superior do Ministério Público de São Paulo e Paulista da Magistratura. Ingressou em 1991 no Ministério Público do Estado de São Paulo, onde permaneceu como promotor de Justiça até 2002. Entre 2002 e 2005, foi secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado e acumulou o cargo de presidente da antiga Fundação do Bem-Estar do Menor (Febem/SP), hoje Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), em 2004 e 2005. Foi eleito membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2005. De 2007 a 2010, foi secretário de Transportes da cidade de São Paulo, presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da Companhia de Transportes Públicos da Capital (SPTrans). Em 2009, também assumiu a titularidade da Secretaria Municipal de Serviços da Capital. Assumiu a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo em 2015, tendo como secretário-adjunto Mágino Alves Barbosa Filho. Autor de diversas obras jurídicas, Moraes publicou livros sobre direito constitucional, direitos humanos, agências reguladoras e legislação penal especial.
Maria Helena Guimarães de Castro – secretária-executiva do Ministério da Educação
Socióloga especialista em Educação e mestre em Ciência Política pela Unicamp, na qual é professora aposentada e atua como pesquisadora, Maria Helena já havia ocupado a o cargo de secretária-executiva do MEC em 2002, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, quando Paulo Renato era o responsável pelo ministério. Também foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) entre 1995 e 2001. A nova “número dois” da educação ainda foi secretária de Estado de Educação de São Paulo. No governo paulista, ela também foi secretária das pastas de Assistência e Desenvolvimento Social e Ciência e Tecnologia, além de ser ex-diretora-executiva da Fundação SEADE. Maria Helena participa de conselhos de entidades ligadas à educação, como a Todos pela Educação, e é membro da Academia Brasileira de Educação desde 2005. Nas eleições presidenciais de 2014, a socióloga fez parte da equipe que formulou o programa de governo do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, sendo responsável pelas políticas na área de educação.