O fracasso da política econômica adotada pela presidente Dilma Rousseff no país levou à queda de 29% dos investimentos públicos no ano passado, já descontada a inflação. De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulodeste domingo (3), somadas todas esferas do governo e empresas estatais, foram investidos R$ 177,4 bilhões, o que corresponde a 2,9% do PIB – menor nível desde 2007, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Economistas ouvidos pelo jornal afirmam que o corte dos gastos do governo petista com investimentos em anos de ajustes nas contas públicas deixa evidente a necessidade de reformas estruturais. Para eles, é necessário gastar menos com custeio da inchada máquina pública e benefícios sociais, e mais com estradas, aeroportos e transporte público.
José Luís Oreiro, professor do Instituto de Economia da UFRJ ouvido pelo Estadão, lembra que cerca de 90% das despesas do governo são obrigatórias. Os outros 10%, que incluem os investimentos, restantes são o que os especialistas em contas públicas classificam como “despesas discricionárias”, ou seja, o governo pode decidir como gastar. José Roberto Afonso, especialista em contas públicas e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBre/FGV) também estrevistado pelo jornal, concorda com Oreiro e afirma que, diante da crise fiscal e recessão no país, não tem mais como o governo cortar apenas nos 10% das despesas que possui ingerência.