Passados quatro meses após anúncio de que o alto escalão do governo teria os salários reduzidos em 10%, a medida soa como mais uma promessa não cumprida pela presidente Dilma Rousseff. Diante do cenário de crise, a petista aproveitou a reforma ministerial, comunicada em outubro do ano passado, para informar que seu próprio salário, assim como o do vice-presidente Michel Temer e de 31 ministros, sofreriam cortes. No entanto, todos eles continuam a receber vencimentos de mais de 30 mil reais. A deputada federal Geovânia de Sá (PSDB-SC) destaca que o histórico de promessas não realizadas pela presidente é grande, e que isso leva ao descrédito no qual caiu o governo e o PT.
“Ela vive de promessas desde as campanhas eleitorais. Ela colocava que não ia mexer nos direitos dos trabalhadores, que não ia fazer ajuste fiscal, que não haveria aumento na gasolina, que não haveria aumento da energia, mas é o contrário. O discurso dela já está contrário há muito tempo. Tanto que o descrédito no qual ela caiu hoje realmente é um reflexo de todas as mentiras pregadas por ela, pelos seus aliados e pelo seu partido”, declarou.
A lista de medidas não cumpridas conta também com o corte de 3 mil cargos comissionados, dos quais apenas 528 foram extintos até agora. O Ministério do Planejamento afirma que as medidas estão sendo tomadas de forma gradual, mas aliados ao governo na Câmara dos Deputados acreditam que a burocracia e os trâmites pelos quais a proposta passa no Legislativo são os culpados pelo atraso no processo. Geovânia de Sá ressalta que cortes de gastos na máquina pública também são prioridades para a oposição.
“A oposição prega isso: redução dos ministérios, enxugamento da máquina pública e outras providências que o governo teria que tomar urgentemente para salvar o país. O que o governo está tentando justificar é achar uma muleta para sua incompetência. Está jogando isso para a Câmara, para o Legislativo”, disse a parlamentar.