
Foto: Valdecir Galor/SMCS
O aumento do desemprego vem vitimando trabalhadores por todo o Brasil, mas existem cidades em que os reflexos da catastrófica política econômica do governo Dilma são sentidos de maneira ainda mais intensa. Seis municípios brasileiros perderam, em 2015, pelo menos um terço das vagas formais de emprego que existiam no início do ano passado. O levantamento foi feito pelojornal Valor Econômico com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e divulgado pela publicação em reportagem desta terça-feira (26).
Para o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG), o cenário preocupante é causado pelos problemas originados dentro do país, e não por uma crise internacional, justificativa comumente usada pelo PT e pela equipe da presidente Dilma Rousseff. “O Brasil vive a maior recessão dos últimos 30 anos, e a face mais cruel dessa realidade é o desemprego. É evidente que existem problemas internacionais, mas o que explica esse quadro são os problemas internos causados pela desastrosa política econômica do governo do PT. As causas são múltiplas, mas todas elas vêm das péssimas decisões do governo”, analisou.
Proporcionalmente, a cidade mais afetada foi Maragogipe, na Bahia, que viu 3.588 empregos com carteira assinada desaparecerem no período de um ano. O número corresponde a impressionantes 75% das vagas existentes no município, que perdeu a maior parte dos empregos por conta da paralisação nas operações no estaleiro Enseada ocasionada pela crise na Petrobras.
Pestana também avaliou a atual situação da petrolífera, cuja credibilidade é cada vez menor por conta dos inúmeros casos de corrupção que a envolvem. “O governo errou na condução da política dos preços dos combustíveis, tentando agir de forma populista. Isso descapitalizou a Petrobras e quebrou o setor de açúcar e álcool. A má gestão da economia como um todo e da Petrobras foram um verdadeiro tsunami para a geração de empregos, e as cidades que mais dependiam da estatal acabaram sendo as mais afetadas”, ponderou.
As outras cinco cidades que viram no mínimo um terço dos seus empregos evaporarem em 2015, além do município baiano, foram Boca da Mata (Alagoas), que perdeu 2.386 vagas, o que equivale a 56%; Ipojuca (Pernambuco), com corte de 17.618 vagas, ou 43%; Altamira (Pará), que teve 19.063 demissões, ou 42%; Itaboraí, no Rio de Janeiro, que teve 15.341 empregos com carteira assinada cortados, o que corresponde a 37; e Itabirito, em Minas Gerais, que perdeu 4.950 vagas formais, 36% do total existente no início do ano.
Além de problemas decorrentes da crise na Petrobras, a reportagem do Valor destaca como as principais causas para a perda de empregos nestas cidades fatores como término ou paralisação de obras, fim do funcionamento de usinas e crise no setor de minério de ferro, entre outras razões. Outros municípios com alto índice de vagas perdidas tiveram o fechamento de frigoríficos e de usinas de álcool e açúcar como os motivos apontados pela atual situação. A crise de credibilidade da indústria brasileira também foi examinada por Marcus Pestana.
“Há uma crise ética que abalou a confiança de investidores, o que resulta em um baixo nível de investimentos, que é ridículo para um país do tamanho do Brasil, sejam eles investimentos internacionais ou nacionais. O governo revela uma total incapacidade de reverter esse quadro, não há luz no fim do túnel com o PT”, encerrou.