A onda de notícias negativas envolvendo a Petrobras parece não ter fim.
Mais uma vez, mergulhada em uma situação financeira negativa, a companhia deve recorrer à venda de R$ 40 bilhões em ativos na tentativa de conter os reflexos da crise.
É o que trata reportagem publicada na editoria de Economia do jornal O Globo, nesta terça-feira (3).De acordo com o jornal, “a estatal justifica decisão com necessidade de fazer caixa. E, segundo fontes, deve se desfazer de áreas na Bacia de Campos e de refinaria no Japão. ”A decisão coincide com a notícia recente da perda de grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody’s.Outro problema, lista a matéria, é que a Petrobras também não tem como pedir socorro ao mercado “para fazer novas captações por não ter publicado seu balanço auditado.”
Pela reportagem, “a Petrobras decidiu vender US$ 13,7 bilhões (cerca de R$ 39,5 bilhões) em ativos neste ano e em 2016. Esse valor é bem superior aos US$ 3 bilhões que a gestão anterior, comandada por Maria das Graças Foster, previa desinvestir até o fim de 2015. Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal, presidida por Aldemir Bendine desde o início de fevereiro, informou que 40% desse total são da área de Gás e Energia. Em seguida, vêm os segmentos de Exploração e Produção no Brasil e no exterior, com 30%, e Abastecimento, também com 30%.”
Na avaliação do economista Adriano Pires, sócio-fundador e Diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), a decisão é resultado de uma série de erros cometidos nos últimos quatro anos.”Uma empresa em que o governo não permitiu que se gerasse caixa. Com isso, a Petrobras acabou contraindo uma dívida líquida hoje de R$ 300 bi”, reitera.
Além disso, relata o economista, a petrolífera foi utilizada pelo governo como instrumento de política industrial e partidária, com a operação Lava Jato.
São fatores que, na opinião de Adriano Pires, a colocam numa situação complicada do ponto de vista financeiro.
“Ela tem que encontrar uma solução pra sobrevivência: Gasolina e diesel hoje estão mais caros. O governo aproveita esse preço para arrecadar mais com os impostos – PIS, Cofins e Cide. Como tudo isso não está sendo suficiente, a alternativa para colocar dinheiro no caixa é vender ativos”, explica.
E conclui: “Vende-se ativos num momento de desespero. E momento de desespero não é bom. Com a crise do petróleo no mercado internacional hoje, há mais vendedores que compradores. É mais uma barbeiragem do governo. Vender os ativos quando todo mercado sabe que ele está com a corda no pescoço.”
A onda de notícias negativas envolvendo a Petrobras parece não ter fim.