Brasília (DF) – A receita nominal do setor de serviços registrou crescimento de apenas 1,6% entre abril e junho deste ano, em relação ao mesmo período de 2014. Foi o pior trimestre da série histórico, iniciada em 2012. O resultado foi divulgado ontem (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a queda foi de 2,8% em termos reais. As informações são da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta quarta-feira (19).
Para o economista Silvio Sales, consultor da FGV e responsável pelas estimativas, o resultado influencia em outros aspectos. “Isso antecipa uma possível piora no PIB de serviços no segundo trimestre”, explicou.
Ainda segundo o IBGE, o desempenho semestral, que registra alta de 2,3%, foi também o pior da série e representa menos da metade do que foi registrado no mesmo período do ano passado, quando obteve 4,7%.
Desaceleração
Na avaliação do economista-chefe da Vanguarda, Rodrigo Melo, é esperado um recuo de 1,8% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano. Para ele, a piora no mercado de trabalho reduz o consumo e, junto com a inflação elevada, não sinaliza para estabilização no setor de serviços.
A reportagem apontou também que a desaceleração mais intensa no trimestre de abril a junho ocorreu nos serviços prestados às famílias. “Os serviços prestados às famílias não pesam muito, mas a desaceleração tem um significado maior, pois eles são a ponta da atividade de serviços. Talvez esse desempenho explique a aceleração da queda no mercado de trabalho”, disse.