Brasília (DF) – O nível de dificuldades enfrentadas pela economia brasileira é cada vez mais alto. O novo sinal de alerta no radar dos especialistas é a dificuldade que empresas e bancos nacionais estão tendo para rolar as dívidas contraídas no exterior, isto é, prorrogar o seu pagamento. Isso pode aumentar o risco de calotes e reduzir ainda mais os investimentos no país. As informações são de reportagem publicada nesta terça-feira (08/03) pelo jornal Correio Braziliense.
Para se ter uma ideia, a taxa de refinanciamento da dívida externa de empresas brasileiras caiu em janeiro para apenas 20%. Ou seja, de cada US$ 100 devidos a credores estrangeiros, os bancos e companhias foram obrigados a pagar US$ 80. Atualmente, o passivo das empresas e instituições financeiras chega a US$ 264 bilhões. Desse montante, R$ 55 bilhões – 20,8% do total – vencem a curto prazo.
Para o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), um grande fator de preocupação é a falta de credibilidade inspirada pela atual gestão, que afasta investimentos estrangeiros. Ele destacou que a crise econômica brasileira é sistêmica e tem nome, sobrenome e endereço: Dilma Rousseff, do PT, e Palácio do Planalto.
“A falta de credibilidade se dá por ações deletérias reiteradas, pela imperícia, pela incapacidade de gerenciar a economia, pelos sinais confusos e controversos que o governo tem dado, pela dificuldade objetiva de se minimamente ter um foco, um rumo, um caminho. A economia foi completamente deteriorada. Não se tem, na história da República, uma referência de um período tão longo de recessão econômica, fruto dos desacertos, dos erros de um governo como esse”, afirmou.
Crise política
A situação da economia brasileira piora diante da crise política e social instalada no país, e da falta de previsibilidade. De acordo com a reportagem do Correio, o volume de operações de crédito internacional dirigidas ao Brasil despencou. A desconfiança dos credores estrangeiros com a economia do país também chegou ao pior nível, após o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelas três maiores agências de classificação de risco – Fitch, Standard & Poor´s e Moody´s.
Rogério Marinho acrescentou que com os nomes de Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva citados na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), além da nova fase da Operação Lava Jato que investiga o petista, a população perdeu o resto de confiança que tinha no governo e nas ações que ele empreende.
“Aceita a delação do senador Delcídio do Amaral, eu não tenho dúvida que a gente vai para uma contagem regressiva do término desse governo. Primeiro, ela [Dilma] não tem nenhuma aptidão para governar, depois, ela perdeu completamente a legitimidade. O Delcídio era ‘somente’ o líder do governo no Senado, e amigo íntimo e confidente do ex-presidente Lula, então sempre esteve no centro das decisões do poder. As declarações que ele dá são muito graves: tráfico de influência, achacamento de empresas, tentativa de obstruir investigações”, avaliou.
“É tão trágico, tão complicado, o que a gente tem ouvido e visto, que parece mais um filme de Hollywood, mas está acontecendo na vida real e da pior maneira possível, mostrando que os líderes que nos conduzem do PT, hoje no governo, são pessoas que se instalaram no governo não com um projeto de país, mas com um projeto de se perpetuar no poder a qualquer custo, pagando qualquer preço”, completou o parlamentar.