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Tarso Genro admite que vazou para Lula informação sobre ação da PF contra irmão do ex-presidente

tarsoBrasília (DF) – Ex-ministro da Justiça e figura proeminente do Partido dos Trabalhadores, Tarso Genro admitiu, em depoimento prestado nesta quinta-feira (16) ao juiz federal Sérgio Moro, que avisou o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007, sobre uma ação da Polícia Federal que tinha como alvo o irmão do petista, Genival Inácio da Silva, o Vavá. Na época, a PF havia deflagrado a Operação Xeque-Mate, com o objetivo de combate um esquema de jogos ilegais em Mato Grosso do Sul.

As informações são de reportagem publicada nesta sexta-feira (17) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Tarso Genro, que é ex-governador do Rio Grande do Sul, é testemunha de defesa de Lula na ação penal que investiga o ex-presidente pelo caso do apartamento tríplex no Guarujá (SP).

Ao juiz Moro, o ex-ministro relatou que havia assumido recentemente a pasta da Justiça quando foi avisado sobre a operação da PF contra o irmão de Lula, que acabou indiciado por tráfico de influência, e resolveu avisar o ex-presidente.

“Eu tinha assumido recentemente o Ministério da Justiça e chegando de uma viagem ainda na Base Aérea [em Brasília] estava lá me aguardando o chefe da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e o diretor de Inteligência da Polícia Federal. Me disseram ‘olha, ocorrerá uma diligência amanhã pedida pelo Ministério Público e determinada à Polícia Federal na casa de um irmão do presidente, nós queremos lhe avisar’”, contou.

Na mesma noite, Genro entrou em contato com Lula. “Cumprindo minhas obrigações como ministro procurei o presidente Lula, já era depois da meia-noite. ‘Presidente, queria lhe informar que amanhã cedo vai ocorrer uma diligência na casa do seu irmão’. O presidente me perguntou ‘está tudo legal, tudo regular?’ Eu disse ‘sim, está tudo legal, tudo regular’”, afirmou.

O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC) classificou como um disparate o vazamento de informações sigilosas por parte de um ministro da Justiça sobre operações da PF que tinham como alvo um dos familiares do então presidente da República.

“É um absurdo. Como é que pode um ministro, que é uma posição de Estado, já que a Polícia Federal é subordinada a ele e está realizando uma investigação, e ele usar do cargo para vazar informação que poderia fazer com que o irmão do presidente fosse beneficiado?”, questionou. “Com esse aviso antes, o risco que se correu foi o de ter provas ocultadas ou apagadas”, constatou o parlamentar.

Para o tucano, o lamentável episódio exemplifica práticas corriqueiras do PT, que prioriza o seu próprio projeto de poder em detrimento da população brasileira.

“É prática de quem não tem responsabilidade com o Estado. É prática de quem pensa mais nos benefícios próprios, no partido, do que no governo, no Brasil. O PT não tem legitimidade alguma para criticar a gestão atual. Pelo contrário, pelas práticas que eles usaram, as piores possíveis, eles devem sim muitas explicações à sociedade”, completou Tebaldi.

Leia AQUI a íntegra da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

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