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Transportes ferroviário, hidroviário e aéreo são assuntos de seminário em Pelotas

A discussão sobre modais alternativos de transporte, no contexto da mobilidade regional, pautou a primeira etapa do 3º Seminário Temático, realizado na manhã desta quarta-feira (18), que compõe a construção do Plano de Mobilidade Urbana de Pelotas. Depois de abordar o transporte coletivo e o deslocamento de pedestres e ciclistas nos eventos anteriores, desta vez, a equipe de trabalho do Plano promove o debate acerca do transporte ferroviário, hidroviário e aéreo de Pelotas e Região Sul. Durante a tarde, o seminário fala a respeito das obras da duplicação da BR-116.

Fotos: Gustavo Vara

Integração para desenvolver

 A presença de representantes de municípios vizinhos foi destacada pela prefeita Paula Mascarenhas, que apontou esta integração como fundamental para consolidar o desenvolvimento das cidades e a qualidade de vida da população. A necessidade de um olhar atento à diversificação de modais foi considerada pela prefeita como prioridade quando o assunto é mobilidade.

“O Plano está sendo construído coletivamente para que, através do debate e de contribuições qualificadas em oportunidades como essa, possamos encontrar consensos e perceber que não somos uma série de municípios isolados, mas uma região que precisa, cada vez mais, estar unida. O desenvolvimento regional passa pelo nosso poder de integração”, considerou Paula.

Solução nos trilhos ferroviários

 “Vejo o transporte ferroviário não como uma alternativa, mas como uma necessidade”. A afirmação do professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rodolfo Nicolazzi Phillippi, é uma das conclusões da pesquisa realizada sobre a implantação de um trem de passageiros entre os municípios de Capão do Leão, Pelotas e Rio Grande. O estudo de viabilidade econômica, técnica e ambiental foi elaborado entre 2012 e 2013 a pedido do Ministério dos Transportes.

“A inserção deste tema na discussão é extremamente relevante considerando que, atualmente, o Brasil é refém do modal rodoviário. O estudo demonstra a potencialidade da implantação desse trem, que impactaria diretamente a mobilidade da região, a partir da reestruturação do sistema de transporte com um meio de locomoção mais moderno e adequado”, disse o professor.

 O estudo realizado pelo Laboratório de Transportes e Logística da UFSC aponta que apenas 1,5 milhão de passageiros utiliza o sistema por ano, em contraponto aos 100 milhões da década de 60. “O País já foi ferroviário, é só recuperar isso”, opinou Phillippi.

 Como vantagens, o docente explica que o modelo é uma solução ambientalmente correta, já que está vinculado à energia renovável e tem uma vida útil de 30 anos, além de demandar operação e manutenção reduzida, reconfigurar as paisagens e poder transportar mais pessoas em menos espaço. Questões políticas, econômicas e culturais são consideradas por ele as principais barrerias para a consolidação do modal, hoje, defasado no Brasil.

 A implantação do trem atenderia a população média de 550 mil habitantes dos três municípios contemplados e demandaria um investimento de cerca de R$ 700 milhões e três anos de trabalho. Construção de 36 estações ferroviárias, pontes, passarelas e viadutos estão previstas no estudo, que considerou três frentes de interesse: a) linhas intermunicipais (Pelotas-Rio Grande); b) linhas metropolitanas (Capão do Leão-Pelotas); e c) linhas urbanas (Rio Grande).

Transporte hidroviário

 O painel com o chefe da divisão do Porto de Pelotas, Cláudio Oliveira, e com o diretor da Agência de Desenvolvimento da Lagoa Mirim, Gilberto Collares, voltou o olhar à importância do sistema hidroviário para o transporte da região. Oliveira explicou que toras de madeira, grãos (soja, arroz e trigo), clínquer (matéria-prima do cimento) e contêineres despontam como as principais cargas e operações do Porto. Em 2017, o local movimentou 899 mil toneladas de materiais – que significam um aumento de 223% em relação a 2016. Em 2018, o número já supera 430 mil toneladas.

Fotos: Gustavo Vara

 Collares destacou que, dar prioridade ao investimento em transporte hidroviário produzirá benefícios econômicos, resultantes de menores custos de operação e emissão de gases poluentes – o que permite melhor qualidade ambiental e menos impacto no aquecimento global.

“A rede hidroviária disponível no País oferece a oportunidade de estruturar o sistema básico de transporte com maior eficiência energética e menor consumo de combustível derivado do petróleo”, acrescentou o professor do curso de Engenharia Hídrica da UFPel.

Sistema aéreo

 A estrutura atual do Aeroporto de Pelotas foi explanada pelo superintendente Wilson Brandt Filho. Como informações técnicas principais, ele explicou que o local possui área patrimonial superior a 257 hectares – distante 8 quilômetros do Centro – e pista de pouso e decolagem com extensão de 1.980 metros. O superintendente ressaltou a localização estratégica do Aeroporto, na zona norte; a área de abrangência, atendendo a uma população, em média, de 700 mil habitantes; e a existência de um voo comercial diário até a capital do Estado, pontos vistos como positivos.

 O vice-prefeito Idemar Barz; os secretários de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana, Jacques Reydams; de Transporte e Trânsito, Flávio Al Alam; de Obras e Pavimentação, Ubiratan Anselmo; o diretor-presidente do Sanep, Alexandre Garcia; o vereador Luiz Henrique Viana (PSDB), representando a presidência da Câmara Municipal; e parte da equipe executora do Plano de Mobilidade, Luiz Fernando van der Laan, Evaldo Kruger e Horácio Oliveira, acompanharam o seminário.

 Veja mais fotos no Flickr da Prefeitura.

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