Brasília (DF) – Três anos após sua condenação no julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu voltou a ser réu em uma nova ação penal. Desta vez, o juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no escândalo da Operação Lava-Jato. As informações são de reportagem publicada nesta quarta-feira (16/9) pelo jornal O Globo.
De acordo com a publicação, Dirceu é acusado de receber R$ 11,8 milhões em propina de empresas com contratos com a Petrobras. Os pagamentos eram intermediados pelo operador Milton Pascowitch, que assinou um acordo de delação premiada. Segundo o Ministério Público, Dirceu teria recebido a propina de várias formas: por meio de contratos fictícios com a sua empresa, a JD Assessoria, do pagamento de reformas e compra de imóveis e pelo aluguel de aeronaves.
A denúncia do MPF leva em conta apenas a propina paga pela empresa Engevix. Porém, de acordo com indícios das investigações, Dirceu também teria recebido dinheiro da UTC Engenharia. Em depoimento, o presidente da construtora, Ricardo Pessoa, afirmou que foi autorizado pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, a abater os valores pagos a Dirceu do total da propina destinada ao PT.
Além do ex-ministro e do ex-tesoureiro do PT, também se tornaram réus na Operação Lava-Jato outras 13 pessoas.