PSDB – RS

Tucano compara crise econômica no Brasil à depressão de 1929

paulo-abi-ackel-foto-beto-oliveira-ag-camara-300x197A revisão dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) – anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta última terça- feira (1º) – aponta que a queda no Brasil é a mais longa e a mais forte das 41 economias globais que já divulgaram dados do PIB referentes ao período de julho a setembro. O país é a lanterna entre os países da América Latina, cujas economias já dão os primeiros sinais de recuperação. A atividade econômica brasileira caiu em 4,5% em comparação ao terceiro trimestre de 2014.

Segundo matéria do jornal Valor Econômico desta quarta-feira (2), o PIB do México, Chile, Colômbia e Peru se estabilizou ou até mostrou alguma retomada, com crescimento entre 2,5% e 3% em relação ao mesmo período do ano passado. Este é o terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB brasileiro, se tornando a mais longa sequência desde 1990 – quando o governo Collor confiscou as cadernetas de poupança na tentativa de conter a hiperinflação.

Para o deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), a recessão no Brasil relembra à grande depressão americana de 1929 – quando houve a queda das bolsas de Nova York, se tornando o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Segundo o tucano, a comparação se deve não só pelo aspecto econômico, mas também pelo viés político, institucional e social. “Antes de uma crise econômica, estamos vivendo uma crise que tem um viés político, de ética e moral, mas, principalmente, é um período de grande depressão. Temos um exemplo na história de 1929 com a queda das bolsas de Nova York e praticamente o congelamento de toda perspectiva de investimentos nos Estados Unidos. O que está acontecendo no Brasil é isso, é uma crise proveniente do medo, da desconfiança, da perplexidade com o desmando deste governo, a incompetência total e completa da presidente da República”.

De acordo com o parlamentar, o Brasil vive um processo de paralisia, com os empresários colocando o ‘pé no freio’ e os bancos se negando ao crédito pela falta de confiança do governo Dilma. “A mola propulsora da economia fica parada. Não temos um governo, não temos presidente da República, não temos um ministro da Fazenda com autonomia. Há lá uma boa figura, um bom professor, um bom economista, mas não tem autoridade moral nenhuma e há uma quebra institucional entre os poderes. Portanto, o Brasil está parado e, com isto, a situação econômica vai se agravando”, critica.

Sem perspectiva

Em termos globais, a contração do PIB brasileiro foi praticamente o dobro da registrada pela Grécia de -0,9% – segunda economia que mais encolheu no período – e o país entrou tecnicamente em recessão após retração por dois trimestres seguidos. Para se ter uma ideia, nenhum dos 41 países analisados obteve no período essa queda sequencial registrada no governo Dilma, nem mesmo a Grécia e a Ucrânia, dois locais que vivem graves crises econômicas.

E não há nenhuma perspectiva de melhorias para os próximos meses. Analistas consultados pelo Banco Central para o boletim seminal da Focus acreditam que a retração do PIB brasileiro se prolongue até o fim de 2016, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Ou seja, os brasileiros vão continuar amargando as consequências das medidas tomadas pelo governo petista: queda na renda, alta inflação, crédito mais restrito, retração nas indústrias, aumento do desemprego e diminuição do poder de compra das famílias, principalmente, as mais pobres no país.

Ver mais