Ao completar sete meses de mandato no Senado Federal, o senador Dalirio Beber (PSDB-SC) faz uma análise das suas atividades, do atual cenário econômico e político, de impeachment e das eleições de 2016. Confira:
Como avalia o atual cenário na política e econômica brasileira?
Senador Dalirio Beber – “Todos nós brasileiros estamos exauridos em acompanhar a situação política e econômica do País, que piora a cada dia, e apesar do desemprego alcançar níveis extremamente preocupantes, do rendimento médio dos trabalhadores ter caído e da previsão de inflação, para este ano, ser de mais de 10%, o Planalto demonstra incapacidade em economizar e de admitir seus erros. O Brasil perdeu novamente o selo de bom pagador de mais uma agência mundial de classificação de risco essa semana. Infelizmente não foi algo inesperado, pois o ajuste fiscal não surtiu os efeitos anunciados pelo governo federal.
Lamentavelmente, vivemos essa grande instabilidade em função da política econômica da Nação.
É uma péssima notícia em tempo de tantas notícias ruins. Esse rebaixamento vai agravar ainda mais o setor produtivo do Brasil. Sem falar das “pedaladas” já julgadas pelo TCU, que estimou em 40 bilhões de reais o rombo provocado por essas manobras, entre 2012 e 2014.
Todas essas questões da crise política, da crise ética, moral e da crise econômica, foram os temas mais debatidos nas duas casas legislativas. A reforma política foi muito aquém do que a sociedade desejava, infelizmente. Terminamos o ano entristecidos com tudo que tem acontecido. Infelizmente, o saldo não é positivo em nível de Congresso Nacional, no sentido de resultados eficazes para a sociedade brasileira.
Esse breve diagnóstico da situação do nosso País não ficaria completo sem adicionar as perdas provocadas pela corrupção, essa epidemia que toma conta do poder público”.
Avaliação do mandato
“Primeiro lugar, não gostaria de estar aqui na condição que cheguei. Estou aqui ocupando um espaço que foi muito bem ocupado pelo senador Luiz Henrique da Silveira. Isso tem que ser sempre dito como uma homenagem. O senador Luiz Henrique, que tanto fez por Santa Catarina em mais de 45 anos de vida pública. Só estar aqui nesta condição faz com que eu tenha um peso redobrado sobre os meus ombros.
Tenho procurado interagir com todo o estado de Santa Catarina, me colocado à disposição do governo e dos municípios, para fazer com que essa continuidade do mandato, conquistado em 2010 pelo Luiz Henrique, de fato, possa continuar sendo produtivo.
O positivo do meu mandato é a possibilidade efetiva de fazer com que o nosso estado seja representado, junto do senador Paulo Bauer e senador Dario Berger, nos assuntos que digam respeito ao desenvolvimento e progresso de Santa Catarina, contribuindo também para o desenvolvimento do país”.
Vai haver impeachment?
“A Constituição Federal possui um mecanismo absolutamente democrático para resolver uma situação como a que enfrentamos. O impeachment é o instrumento que a democracia confere ao Parlamento para decretar o afastamento do governante que perdeu, por sua própria culpa, a legitimidade para o exercício do poder. Não se trata, de forma alguma, de golpe. Ao contrário, é um instrumento previsto na Constituição. O fato é que a presidente não reúne mais condições de continuar governando este País, não apenas porque não possui popularidade, mas porque perdeu a credibilidade de suas ações e gerenciou mal a Coisa Pública”.
E o que fazer?
“Precisamos, primeiramente, combater a crise moral do nosso País, usando os meios de comunicação de massa e a educação para incutir nas mentes dos jovens valores elevados de cooperação, de serviço ao próximo e à comunidade, para que o homem de amanhã seja um cidadão pleno, cônscio de suas responsabilidades e de seus direitos. Essa é uma tarefa de longo prazo, mas que precisa ser iniciada de imediato. Nossa carga tributária é uma das mais altas do mundo, mas o retorno em serviços públicos de qualidade deixa muito a desejar. Precisamos tornar o Estado brasileiro mais eficiente – gastar menos e gastar melhor! Fortalecer os municípios, tirando o Pacto Federativo do papel”.
Congresso Nacional
“Aqui no Congresso Nacional as coisas também precisam mudar. Eu gostaria muito de ver surgirem aqui líderes partidários que conduzissem seus partidos ao apoio de bons projetos para o Brasil, de verdade! Talvez o parlamentarismo, ou o semiparlamentarismo, seja a saída de que o Brasil precisa. Haverá dificuldades, mas, com certeza, elas serão superadas de uma forma mais harmônica, mais equilibrada e mais rápida do que no atual presidencialismo”.
Eleições de 2016
“Ainda é muito cedo para falarmos sobre as eleições do ano que vem. Mas com certeza, a nossa atuação, de todos os nossos companheiros do PSDB, em Santa Catarina, deve ser diferenciada. Diferenciada exatamente para que a sociedade perceba que, onde existe um filiado do PSDB, existe uma preocupação com as questões mais justas para o desenvolvimento daquela comunidade.
Nosso prefeitos, vices, vereadores, deputados e lideranças têm que ter essa permanente busca: fazer que sejamos uma contribuição para o desenvolvimento de Santa Catarina e do país.
Somos ricos em valores e se todos se dispuserem a atuar nesse sentido, nós vamos fazer a real transformação que a sociedade deseja”.