A nefasta consequência do crack cria uma situação de total destruição das famílias. O que fazer diante de tamanha destruição? Como combater? Como evitar? E, principalmente, como tratar o dependente?
Da mesma maneira que é humilhante ver uma mãe implorar ajuda do Estado para tratar do seu filho caído nas drogas também é ultrajante ver o Estado mendigando recursos na União para fazer frente às ações de segurança, saúde, educação.
Dar assistência à família que tem um filho envolvido com as drogas não deveria ser uma exceção, mas uma política contínua do Estado, da União. Pois o custo dessa desagregação, tratado inicialmente como problema de saúde, torna-se um problema social e de (in)segurança. Isso não tem preço material e muito menos espiritual.
Quando presenciamos a angústia do governo do Estado perante os ataques dos criminosos temos o mesmo sentimento de uma mãe que, na madrugada sai em busca de um filho sem saber onde procurar. Procurar aonde? Nos gabinetes fechados de Brasília? Nas ruelas escuras da Cracolândia?
Atender ao apelo de uma mãe para internar seu filho não é política contra as drogas. Política contra as drogas é investimento duradouro numa rede de proteção que contemple, entre outras coisas, a internação compulsória com as despesas bancadas pelo Estado.
Da mesma maneira combater a criminalidade não é apenas com ações pontuais, mas a redistribuição de recursos justos entre União, estados e municípios.
Não dá mais para fazer de conta que estamos preparados para o que esta nova sociedade, moldada nos últimos 10, 20 anos, nos impõe. O crack não existia, o crime organizado não era tão aparelhado, tampouco a centralização do poder em Brasília era tão intensa. Por tudo isso precisamos de soluções e não de dependências. Não precisamos de apoios pontuais, precisamos de respeito.
Dado Cherem,
Deputado Estadual pelo PSDB-SC