O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, em entrevista exclusiva ao jornal argentino “La Nación”, destacou que Dilma Rousseff é “uma presidente que já não governa, mal cumpre os ritos constitucionais”. E acrescentou: “Ela entregou todo o poder aos membros da base aliada, o PMDB, que desprezou durante seu primeiro mandato. Ela está muito enfraquecida, não tem mais a confiança de ninguém.”
Aécio avalia que a petista perdeu o ativo mais valioso que um governante pode ter para superar uma crise: a credibilidade. “Para fazer uma reforma ministerial que não teve o objetivo de melhorar, mas atender às pressões dos partidos aliados que prometiam alguns votos no Congresso.”
A respeito do impeachment, o senador ressaltou que essa não é a única agenda da oposição. “É da responsabilidade da oposição monitorar o que determina a lei, garantir que os tribunais façam o seu trabalho. O mandato de Dilma está condicionado menos por movimentos na Câmara dos Deputados que a capacidade que ela tem de provar para governar o Brasil, fora desta paralisia em que se afundou.”
De acordo com Aécio, o que não se pode fazer é ignorar os fatos alegados crimes: “Impeachment é um processo muito traumático, mas para o país seria pior para deixar crimes impunes. As próprias instituições oferecem à presidente a oportunidade de defender-se. E ela que terá que convencer o Congresso que merece continuar a governar o país.”
O presidente nacional do PSDB acredita que “ela quebrou o país para ganhar a reeleição, sua política econômica incompetente levou à recessão e assistiu passivamente o maior assalto da história da Petrobras. Hoje insiste no que foi a principal marca da campanha eleitoral: a mentira. De acordo com pesquisas, mais de 85% dos brasileiros, muitos dos quais votaram a favor, reconhecem que ela mentiu durante a campanha e se sentem enganados.”
Economia – na entrevista ao “La Nación”, o senador tucano criticou o contexto econômico: “A situação é extremamente aguda. Somente neste ano um milhão de empregos foram perdidos, temos uma taxa de inflação de 10%, o que penaliza sobretudo os mais pobres. Há uma projeção de recessão este ano de cerca de -3% e -1% para 2016”, reiterou.
“Não vejo que este governo tem a capacidade de restaurar a credibilidade para atrair o investimento necessário para que a economia a crescer novamente. E nós temos um impacto cada vez mais negativo sobre a economia do ambiente internacional Brasil”, advertiu.
Confira a íntegra da entrevista: http://www.lanacion.com.ar/