A Representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) analisa nesta quarta feira (06) dois pedidos de convocação de integrantes do alto escalão do governo Dilma.
Protocolados pelo senador Paulo Bauer (PSDB/SC), os requerimentos determinam a convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e convite para a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, explicarem calotes da Venezuela ao Brasil.
O governo brasileiro incentivou empresas a exportarem para a Venezuela mas o pagamento pelos produtos vendidos nunca chegou a ser feito. Bauer espera que Pimentel venha ao Congresso explicar a sugestão feita pelo seu ministério para o uso de recursos do Programa de Financiamento às Exportações (PROEX) – financiado pelo BNDES – para quitar as dívidas venezuelanas.
“Com isso, a Venezuela tem suas dívidas pagas com dinheiro público dos brasileiros. Dinheiro de quem já pagou mais de R$ 1 trilhão em impostos nesse ano. Na verdade, o que o governo Dilma esta fazendo é financiar um regime ditatorial que está mal das pernas”, argumenta.
O outro requerimento apresentado pelo parlamentar catarinense tem como meta obter de Maria das Graças Foster um esclarecimento sobre um segundo calote dado pela Venezuela ao Brasil. Trata-se da construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Um empreendimento que, dos US$ 2,5 bilhões inicialmente previstos, já custou US$ 17 bilhões e ainda não iniciou suas operações, agendadas para começar no último mês de maio.
“O ex-presidente Lula fechou em 2005 uma parceria com o ex-presidente Hugo Chávez para que a PDVSA (estatal petroleira venezuelana) participasse da implantação da obra. A Petrobras, depois de adiar por várias vezes o prazo limite para que a PDVSA se decidisse a cumprir o seu compromisso, que era entrar com 40% do negócio, resolveu incorporar as obras integralmente aos seus ativos”, denuncia Bauer.
E a refinaria foi construída para o petróleo pesado venezuelano e não para o petróleo leve extraído no Brasil. Mais uma situação que a presidente da estatal precisa explicar.
Por Achiles Pantazopoulos, da Assessoria de Comunicação do Senador