Brasília – O Brasil precisa criar uma “relação comercial duradoura”, com regras estáveis, para não impor dificuldades ao empresariado nacional nos acordos de livre comércio a serem discutidos entre os países do Mercosul e a União Europeia. Assim o senador Paulo Bauer (PSDB-SC) se posicionou, durante o encontro dos integrantes da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul – o Parlasul e empresários da Coalizão pela Competitividade da Indústria de Transformação.
Para o catarinense, nesta negociação “não há oposição ou situação”, mas sim a defesa dos interesses brasileiros. Como vice-presidente da representação, Bauer defende que o país aumente a competitividade no mercado internacional, ao mesmo tempo em que se prepara para uma maior abertura do próprio mercado.
A relação com os vizinhos da América do Sul também mereceu considerações por parte do parlamentar. “Há casos de empresas nacionais que, para exportar à Argentina, precisam comprar o mesmo valor em produtos dos quais não precisam. Isso não é parceria. O governo federal precisa ser mais atuante na defesa dos interesses dos brasileiros”, comentou.
Bauer, que é o 1º vice-presidente da Representação Brasileira no Parlasul, destacou também a importância do encontro entre os poderes Legislativo e Executivo com a coalizão de 25 setores produtivos do país. Na opinião dele, somente os empresários sabem a realidade de quem tenta exportar.
“As empresas brasileiras precisam de mais segurança, sabem o quanto é difícil manter o espaço obtido em mercados estrangeiros como os da Ásia e do Oriente Médio, por exemplo. A política nacional para preservar relações já estabelecidas e para abrir novos espaços precisa ser feita sem partidos políticos, sem ideologias.”
A troca de cartas para as ofertas de aliança entre Mercosul e União Europeia deve ocorrer até o fim de maio. Se as negociações caminharem, será estipulado um período de 15 anos até que 90% do comércio entre os blocos se torne livre de tarifas. Representantes da indústria consideram o prazo fundamental para reduzir o “custo Brasil”, que afeta a capacidade competitiva da indústria nacional por conta da alta tributação, burocracia e precária infraestrutura.
Apesar de considerarem uma oportunidade, representantes do Parlasul e empresários demonstraram preocupação com um possível oportunismo da indústria europeia, em buscar mercados sul-americanos para seus produtos. Além de concordarem com o senador tucano de que é preciso aumentar a competitividade da indústria brasileira.
Da Liderança do PSDB no Senado