O Brasil já é o país com o maior número de taxas e contribuições a serem pagas pela população no mundo, segundo levantamento da consultoria KPMG. Caso a proposta do governo federal de recriar a CPMF seja aprovada, esse número vai aumentar: serão 93 impostos em vigor. As informações são de reportagem publicada nesta segunda-feira (21/9) no jornal O Globo.
O grande problema é que, mesmo com uma carga tributária de 35,42% do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil não consegue oferecer serviços satisfatórios à população. De acordo com estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), de 30 nações pesquisadas, o Brasil é a que oferece o menor retorno em bem-estar aos cidadãos.
De cada R$ 10 produzidos pelo país, R$ 3,50 são recolhidos em forma de impostos aos cofres da União, dos governos estaduais e municipais. Com a alíquota de 0,2% da CPMF, o valor vai subir para R$ 3,60. Para alguns especialistas, cargas tributárias acima de 35% do PIB são indesejáveis, pois travam o crescimento da economia.
Impostos sobre o consumo
Segundo a publicação, no Brasil os impostos sobre o consumo equivalem a 70% da arrecadação total. Boa parte dessas taxas vem embutida no preço dos produtos. O brasileiro que toma um cafezinho na padaria, por exemplo, paga 16,5% de imposto sobre o pó de café, 30,6% sobre o açúcar e 37,8% sobre a água, sem nem mesmo se dar conta disso.
Só até a primeira quinzena de setembro, os brasileiros já haviam desembolsado R$ 1,4 trilhão em impostos. Até o final do ano, o valor deve atingir os R$ 2 trilhões, o que é equivalente ao PIB da Suécia.