Nunca se fez despudoradamente tantas ofertas de compra de votos como se faz agora, com a proximidade da votação do processo de impeachment.
O PT, mais uma vez, desrespeita os limites constitucionais entre Estado, Governo, Partido e interesses pessoais. O dinheiro público, que nunca antes havia-se dilapidado em escala tão grandiosa, volta a ser torrado na compra de apoio para a perpetuação deste projeto de poder que levou o país ao caos.
A Saúde vive momentos de desespero pelo país afora: epidemias, falta de medicamentos, diminuição dos leitos dos SUS e filas mortíferas.
A Educação teve cortes de mais de 10 bilhões de reais: os programas de bolsas no exterior, PROUNI e PRONATEC estão sem verbas, e noticiou-se o fim dos recursos do Fundo de Financiamento Estudantil. O ano letivo está apenas começando e já não há dinheiro para a educação.
As estatais estão quebradas: os Correios advertem que a partir de setembro não terão como pagar a folha dos servidores – trabalhadores e aposentados que estão pagando o rombo bilionário em seu fundo de pensão, causado pelos diretores indicados pelo governo; a Petrobrás é hoje a empresa mais endividada do mundo, e enfrenta a possibilidade de não ter como pagar o vencimento das parcelas da dívida, colocando à venda seu patrimônio e áreas de exploração com deságio para aliviar o caixa.
E o que vemos o governo fazer? Cortar gastos, tomar medidas de austeridade? Não! Não há preocupação nenhuma com o interesse público, só em manter o poder.
O governo, comandado por um usurpador sem cargo oficial, oferece ministérios e emendas parlamentares a quem garantir o voto contra o impeachment ou ausentar-se no dia da votação. A cereja desse bolo maquiavélico é a afirmação de que os aliados recém comprados só receberão as vantagens após a votação. Um pé de sapato agora, o outro só se ganharmos a eleição.
Qualquer candidato pode ser processado e ser cassado se oferecer algo a um eleitor; já vimos governadores, prefeitos e vereadores por todo o Brasil perdendo seus cargos por isso. Que exemplo o Governo Federal está nos dando com essa compra de parlamentares, se cada deputado representa milhares de eleitores? Se isso não é crime de compra de votos o que mais seria? Poderá o Judiciário exigir moralidade de alguém, se calar-se diante dessa barganha imoral?
Teremos de trabalhar muito para pagar o que os governos do PT deixam ao Brasil: uma enorme dívida financeira e um monstruoso débito moral.
Um péssimo negócio para os brasileiros.
*Dr. Vicente Caropreso é deputado estadual pelo PSDB-SC