Vivemos momento singular na história política do país: deputados federais debruçam-se sobre a tão sonhada reforma política. Um momento esperado há pelo menos 15 anos. Dentre tantas propostas que estão em debate no Congresso financiamento público, fim das coligações, voto em lista uma delas se destaca, pois é a que encontra menor resistência de parlamentares, governantes e sociedade: a unificação das eleições.
Ninguém mais suporta eleições de dois em dois anos. Ir às urnas em um único dia para elegermos o presidente da República, governador, deputados, prefeito e vereador não representa apenas um alívio nos gastos operacionais que passam de R$ 1 bilhão a cada dois anos. Representa uma oportunidade para que os governantes possam de fato governar.
No caso dos prefeitos: no primeiro ano de mandato, ele conhece a máquina administrativa. No segundo ano tem eleição, então convênios do Estado para o município são restritos e não se faz muita coisa. No terceiro ano, ele vai governar de fato, sem as amarras eleitorais e com conhecimento da máquina, aí vem o quarto ano e ele vai se dedicar à sua reeleição.
O custo social de se ter eleições a cada dois anos é muito alto e muito mais significativo do que o custo financeiro. Nós não terminamos uma eleição e já estamos pensando em outra. Não conseguimos resolver os problemas de saúde, de segurança, de educação e a cada dois anos paramos tudo para novas disputas.
Em Santa Catarina, acabamos de escolher novos prefeitos e só se fala sobre a reeleição da presidente e do governador. Perdemos mais tempo disputando as eleições do que resolvendo os problemas das comunidades. Temos que mudar isso. Vivemos novos tempos e as pessoas querem resultados. A sociedade exige, de nós homens públicos, respostas mais rápidas.