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Delator da Lava Jato diz que ex-ministro do Trabalho fez lobby para destravar obra da Petrobras

Agência Brasil - ABr - Empresa Brasil de Comunicação - EBCUm dos delatores da Operação Lava Jato, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, entregou um e-mail à Procuradoria Geral da República (PGR) em que envolve o ex-ministro do Trabalho Manoel Dias (PDT) em lobby para contornar problemas trabalhistas em obras da Petrobras.

O assunto da correspondência refere-se à construção de plataformas de petróleo e cascos de navios, encomendados pela petrolífera brasileira à Engevix e a um consórcio formado por Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Iesa Óleo e Gás e UTC, como explica matéria publicada hoje (10) no jornal Folha de S. Paulo.

As obras foram paralisadas em maio de 2013 pela força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT). Entre as irregularidades encontradas pelo ministério estão jornada de trabalho estendida, inclusive com trabalhos aos domingos e sem respeitar o descanso semanal obrigatório e problemas com a segurança e condições do trabalho.

De acordo com depoimento de Pessoa, para assegurar a retomada das obras, o ministro foi procurado. A partir daí, Manoel Dias acionou o ex-deputado estadual, também do PDT, Heron Oliveira, nomeado superintendente regional do Trabalho de Porto Alegre pela segunda vez em maio de 2013.

O e-mail relata que Dias chegou a antecipar informalmente a designação de Oliveira para o cargo, apenas para resolver o empecilho das empreiteiras, todas investigadas na Lava Jato.

Apesar do empenho de Heron em resolver as questões trabalhistas, Ricardo Pessoa avaliou que as obras só seriam liberadas pelos fiscais caso as irregularidades fossem sanadas. Os documentos entregues por Pessoa não esclarecem se o lobby deu certo.

Heron Oliveira, citado no e-mail como a pessoa do ministério empenhada na solução da interdição, é indiciado em outra operação policial que o acusa de corrupção passiva e formação de quadrilha em suposto esquema de favorecimento a empresários nas inspeções trabalhistas.

Segundo as investigações do Ministério Público Federal na época, a apuração começou depois que o então superintendente e um auditor viajaram para a Europa em 2011 com passagens aéreas pagas pelo dono de uma empreiteira. Em 2013 Oliveira foi exonerado do cargo a pedido.

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