PSDB – SC

Entrevista Senador Paulo Bauer ao jornalista Cláudio Prisco

Gerdan-Wesley-2Bauer faz críticas ao governo

Pré-candidato tucano ao governo de Santa Catarina, o senador Paulo Bauer avalia que seu projeto avançou a um ponto quase irreversível, porém evita cravar que a candidatura é inevitável.
O quadro de incertezas políticas no Estado, o crescimento da candidatura de Aécio Neves no âmbito nacional, o desgaste do PT e o sepultamento do atual modelo de governança são temas abordados pelo parlamentar.
Bauer também deixa claro que não se intimida com a possibilidade de candidatura de seu padrinho Luiz Henrique da Silveira, critica o endividamento do governo Raimundo Colombo e a falta de investimentos em áreas essenciais e garante que não haverá imposição de data para o partido deixar a administração estadual.

Sintonia fina

Paulo Bauer (D) acabou transformando-se em um frequente interlocutor de Aécio Neves (E). Em Brasília, no Senado, os dois têm sempre interagido, não apenas sobre temas catarinenses, mas também nacionais.

Preparativos de campanha

As atividades no Senado tem exigido minha dedicação integral ao trabalho em Brasília. Desde a minha posse, tenho mantido contatos nos finais de semana com as lideranças do partido em todo o Estado, identificando e incentivando candidaturas a deputado estadual e federal, além de trabalhar forte na organização dos diretórios municipais e nas coordenações regionais do PSDB. A convenção tucana será no dia 26 de julho.

Consolidação da candidatura

Em mais de trinta anos de vida pública ocupei cargos importantes, como o de vice-governador, secretário de Educação por duas vezes, deputado estadual, deputado federal em quatro mandatos e senador. Sinto-me preparado para governar nosso Estado. Porém, não basta a vontade pessoal. Uma eleição majoritária deve estar integrada a um projeto para Santa Catarina e o Brasil.

União do PSDB

As lideranças e as bases do PSDB de SC acreditam que o Brasil viverá um período de grandes transformações em 2014. O tempo do PT está se esgotando. O PSDB está vivendo em Santa Catarina um momento de total unidade e integração. Nossos prefeitos, vice-prefeitos, deputado federal, deputados estaduais, vereadores, membros de executivas municipais, todos defendem, com entusiasmo, que o PSDB apresente sua proposta aos catarinenses, alinhada com a proposta que Aécio Neves apresentará aos brasileiros.

PSDB-PT em SC?

O Colombo tem uma candidata a presidente que é a Dilma. O PSDB tem um candidato a presidente que é o Aécio. São projetos muito diferentes para o Brasil e isso dificulta qualquer entendimento em SC. Dilma representa a continuidade e Aécio Neves representa a mudança. As especulações sobre o desejo de alguns tucanos preferirem alternativas que não à candidatura de Aécio e a de governador da sigla para Santa Catarina carecem de consistência. Elas existem apenas na mídia, pois os nossos deputados estão honrando o que foi acordado com o partido na coligação estadual de 2010, que era oferecer governabilidade e contribuir para a administração estadual que se encerra em 31 de dezembro deste ano.

PSDB fora do governo

O partido deixará a critério de seus filiados a decisão de se afastarem do governo no período eleitoral. Nosso compromisso é continuar com a administração até o final do atual mandato. Caso o governo não tenha o desejo da participação dos tucanos, no período eleitoral, poderá dispensá-los, e não ouvirá nenhuma crítica por parte do PSDB.

LHS candidato

O senador Luiz Henrique é meu amigo e fomos parceiros nas duas últimas eleições. Porém, as conversas com o Democratas, o Solidariedade e outros partidos avançaram no sentido de estarmos juntos nas eleições, com o meu nome como candidato a governador. Na política, tudo tem seu tempo. E o momento das definições está se esgotando.

PP vice de Aécio

A escolha do vice é uma decisão pessoal do candidato a presidente e envolve muitas variáveis. O PP tem nomes que podem somar no grande projeto de mudança que Aécio Neves vai liderar. Espiridião e Ângela Amin, assim como a senadora do Rio Grande do Sul, Ana Amélia, são lembrados em Brasília.

Empecilho para apoio do PP em SC

Não, não atrapalha. Em 1998 o PSDB de Santa Catarina ajudou a eleger o PP para o governo e o PFL de vice. Em 2002 ajudou o PMDB a conquistar o governo do Estado, elegendo também um senador tucano. Em 2006 levou o PMDB ao governo, elegendo um Democrata para o Senado e ocupando a vice-governança. Em 2010 contribuiu para a eleição de um Democrata (hoje PSD) ao governo, elegendo também o vice-governador do PMDB e um senador do PMDB e também contribuindo com a minha eleição pelo PSDB. O PSDB tem crédito com todos os partidos de SC, menos com o PT, que é nosso adversário ideológico. Por isso, nenhum destes partidos citados tem condições de propor ao PSDB que não apresente candidatura ao governo do Estado.

Avaliação do governo

Em 2010, o Estado comprometia cerca de 40% de sua receita com o funcionalismo. Hoje, gasta quase 50%, mesmo arrecadando muito mais. A dívida do governo era de R$ 11 bilhões. Fechará 2014 em R$ 15,7 bilhões e alcançará R$ 18 bilhões em 2016. Houve um evidente desequilíbrio em relação às contas públicas. E existem grandes carências em áreas como saúde, segurança pública e educação, onde, inclusive, tivemos alguns retrocessos, como o cancelamento do programa que distribuía uniforme completo para os alunos.

Plano de governo

Os governos, da forma como conhecemos, não atendem mais as necessidades das pessoas. Precisamos fazer uma reforma profunda, cortar tudo o que for possível cortar para o estado custar menos e poder fazer mais na saúde, na segurança e na educação. Devemos ouvir e entender as prioridades dos catarinenses antes de definir onde o dinheiro será investido.

Raimundo com Aécio

O PSD foi o primeiro partido a definir o apoio à reeleição de Dilma, ainda em 2013. Na semana que passou, Colombo disse mais uma vez que abrirá o seu palanque para a candidata do PT. Tanto o apoio de Colombo a Dilma quanto a minha pré-candidatura avançaram muito e um recuo, agora, é improvável.

 

 

Ver mais

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *