O “terremoto político” que abalou o país nos últimos dias, com a delação do senador Delcídio do Amaral, ex-lider do PT no Senado, e a condução coercitiva para depoimento do ex-presidente Lula, acusado de corrupção e enriquecimento ilícito, são fatores que atestam o fim do ciclo petista no governo federal e a total falta de credibilidade da presidente Dilma para continuar no comando do país, segundo as principais lideranças tucanas de Santa Catarina.
Para os lideres oposicionistas, as únicas saídas para recuperar o crescimento e a confiança em novos investimentos para o Brasil sair da crise político-econômica passam para renúncia ou o impeachment da presidente Dilma Roussef e a convocação de novas eleições.
O presidente estadual do PSDB, deputado Marcos Vieira, considera que o simples fato de a Polícia Federal bater à porta de um ex-presidente da República, e levá-lo para depor sobre supostos atos gravíssimos de corrupção, “envergonha profundamente a toda a população brasileira”. Vieira defende serenidade neste momento difícil, mas pede que as investigações da Justiça sejam levadas até o fim, punindo todos que de alguma forma participaram dos fatos investigados pela Lava Jato.
“Espero que este dia fique marcado como aquele que definiu novos rumos para o país. Todos clamam por respostas que façam a sociedade voltar a ter esperanças e tirem o país desse fundo do poço. Chega de mentiras! O Brasil merece saber a verdade!”, ressalta Marcos Vieira.
Entre os senadores tucanos, a analise não é menos sombria. O senador Dalirio Beber considera que os últimos episódios do cenário político “nos remetem a esperança de que estejamos próximos do fim, e que, aí sim, o Brasil volte a ser reconstruído. “Temos que devolver a esperança ao povo brasileiro. Quero crer que nesta semana que esta iniciando, possamos começar a condução do impeachment. “O PT acredita que o país começou a existir a partir de 2002, isso é um desrespeito à democracia, completa.”
Para o senador Paulo Bauer a renúncia da presidente Dilma Rousseff seria o melhor caminho, caso se confirmem as denuncias contra a cúpula do governo feitas pelo senador Delcídio do Amaral e as acusações que pesam contra o ex-presidente Lula. “O governo Dilma não tem mais condições morais de continuar. Conseguiu sobreviver até agora graças a mentiras, pedaladas fiscais, artimanhas e ações desenvolvidas no campo social, iludindo desempregados, trabalhadores e pessoas de bem, em nome de quem dizia governar e querer continuar governando.”
Para o líder da bancada do PSDB na Assembleia Legislativa, deputado Serafim Venzon, o ideal antes do impeachment é a renuncia da atual presidente. “Seria uma solução mais rápida e daria a oportunidade de o Brasil se reorganizar e voltar a crescer. Com a renúncia volta à esperança de dias melhores. O governo atual não tem mais confiança e a credibilidade tanto da nação como dos investidores internacionais, os dados econômicos e os fatos políticos comprovam isso”, analisa Venzon.
O deputado e ex-governador Leonel Pavan vai na mesma linha do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e reitera que o avanço da Operação Lava Jato “é um passo definitivo para que os brasileiros possam ter acesso à verdade que há muito tempo vem sendo sonegada ao país”. Para ele,”os graves indícios de irregularidades e crimes cometidos à sombra do projeto de poder do PT finalmente estão vindo à luz e as investigações devem continuar porque ninguém esta acima da lei.”
O deputado Vicente Caropreso também concorda que a delação de Delcídio do Amaral e a condução coercitiva de Lula colocam “uma pá de cal no governo Dilma Roussef. “A insegurança e a dúvida é geral entre a população e setores produtivos da nação com o futuro. “Todas as camadas sociais estão sofrendo um profundo desgaste. A percepção é de redução da riqueza de forma generalizada”.