O Brasil “levou um susto” com as medidas anunciadas pelo governo para combater o déficit fiscal, definiu nesta terça-feira o senador Paulo Bauer. Para ele, o governo procura enfrentar suas dívidas tentando “ressuscitar” a CPMF fora de seu contexto original e diante de uma carga tributária bem mais elevada.
Bauer lembrou que a contribuição sobre movimentações financeiras foi criada na década de 90 para financiar o atendimento de saúde, mas teve seu objetivo desvirtuado e acabou sendo extinta.
“Nós queremos um governo autêntico, sério e que tenha propostas efetivas, e não um governo que viva da ressurreição de impostos sepultados por vontade do povo brasileiro”, comentou.
O senador tucano ainda lembrou que, no conjunto de medidas, o governo não tratou das pedaladas fiscais que custaram R$ 40 bilhões aos cofres públicos. O parlamentar disse ainda que, para o equilíbrio das contas do governo, faltou questionar o grande número de ministérios, os investimentos do BNDES em outros países e os prejuízos causados pela falta de obras de infraestrutura.
Para Bauer, o país necessita de uma política de câmbio forte para aumentar as exportações brasileiras, algo que vai gerar empregos e desenvolvimento. A nação exige, disse o senador, obras de infraestrutura feita em parceria com a iniciativa privada, já que o Estado não tem a capacidade de executá-las com qualidade.
“Se o governo não mudar de atitude, com certeza será sepultado e sem direito à nenhuma ressurreição”, avaliou.
O parlamentar do PSDB de Santa Catarina, que já havia sido contrário às medidas de ajuste fiscal por considerá-las prejudiciais à sociedade brasileira, deixou claro que não apoiará a volta da CPMF e a criação de mais tributos. Para ele não é possível que o Brasil seja comandado por um governo que vive de impostos sepultados pela vontade do povo.