Florianópolis- O número de candidatos inscritos até agora no Programa Mais Médicos mostrou que a maioria dos profissionais, inclusive estrangeiros, prefere as capitais e regiões metropolitanas. Para o médico e ex-presidente do PSDB em Santa Catarina, Vicente Caropreso, o fato reitera as críticas do Conselho Federal de Medicina e das Universidades ao programa. As entidades já alertavam sobre a possível ineficácia da iniciativa no atendimento às cidades menores e mais afastadas.
Para o tucano, o interesse dos inscritos por locais mais estruturados é natural, já que para exercer a medicina é necessário segurança e a mínima estrutura. “Nós, médicos, queremos fazer medicina com qualidade. Queremos ter segurança no ato médico, e pra isso nós precisamos de estrutura”.
Caropreso disse que ninguém é médico “de graça” – todos têm que passar num vestibular, cursar seis anos em uma faculdade e precisam de estrutura pra sobreviver. O tucano fez um alerta: “hoje os médicos têm que exercer a medicina de forma defensiva, por que cada vez mais o governo joga a população contra a classe médica”.
Para Vicente, houve uma violenta inversão de prioridades dentro da saúde, desde a formação, que hoje está deformada. Ele argumenta também que a formação médica no Brasil tem que priorizar mais médicos generalistas que tenham mais resolutividade no dia a dia da medicina.
“Esse governo virou as costas para a medicina nacional”, disse.