Deputado Mário Marcondes chamou para si o contraponto dos discursos requentados dos parlamentares do Partido dos Trabalhadores que afirmam que o impeachment da ex-presidente Dilma foi golpe.
Coube ao deputado Mário Marcondes, o mais recente tucano na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), fazer o contraponto a série de manifestações dos deputados petistas, em alusão ao “aniversário” do impeachment da presidente Dilma.
Da tribuna, Marcondes voltou a abordar o impedimento da ex-presidente petista afirmando que “ao contrário da narrativa do PT, o impeachment não se deu por vingança, não saiu antes porque a amizade de Cunha com o PT matava os pedidos, como bom aliado ele segurava, engavetava, mas hoje mais do que antes, sabemos que motivos existiam aos montes. Quando a aliança ruiu, o Brasil passou a limpo as pedaladas da presidente”.
Chamou a atenção para as melhoras dos dados econômicos desde a saída da ex-presidente e que, “logo o desemprego irá diminuir, que deverá entrar numa curva descendente como aconteceu com os juros, o dólar, a taxa Selic e o Risco Brasil”.
O deputado ainda defendeu que o país melhorou após o impeachment destacando que o Brasil está deixando para trás a mais prolongada e mais sombria recessão de toda a sua história. “Parece que finalmente estamos virando esta página mal escrita da era PT. Será lento, será gradual, mas já começou”.
Abaixo o pronunciamento na íntegra:
Senhor presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, amigos e amigas que nos acompanham neste momento pela rádio e TVAL, boa tarde!
Na semana passada, nessa tribuna, foi requentada a ideia já batida e superada sobre a não-validade do impeachment da ex-presidente Dilma. Hoje venho aqui para destacar alguns pontos divergentes desse discurso:
O primeiro, mais evidente, é a tentativa de transferir ao processo os defeitos do ex-aliado do PT, Eduardo Cunha. Ora, ao contrário da narrativa petista, o impeachment não se deu por vingança de Eduardo Cunha. A verdade é que o impeachment não saiu antes, porque a amizade de cunha com o PT matava os pedidos, fundamentados, na nascente. Eduardo Cunha, como bom aliado do PT, segurava, engavetava, recusava pedidos de impeachment. Hoje, mais do que antes, sabemos que motivos existiam aos montes!
Quando a aliança entre Cunha e o PT ruiu, o país teve a chance de passar a limpo as pedaladas praticadas pela presidente. E as pedaladas representam apenas um dos diversos motivos pelos quais a presidente poderia ser cassada.
A segunda correção que merece ser feita é sobre os resultados do impeachment. Do país que temos agora e do país que recebemos após 13 anos de desgoverno petista. Quem disse que as coisas melhorariam com o impeachment, falou a verdade. A bolsa subiu 19%, o dólar caiu 11%, o risco-brasil caiu 31% e a taxa selic saiu de 14,25% para 11,25%. É importante lembrar: o país vai acumular seis anos de contas públicas no vermelho. Seis anos! Considerada toda a série de déficits, o Brasil terá acumulado perda superior a R$ 630 bilhões ao longo destes seis anos.
Desde a virada da década, as contas públicas do país iniciaram uma viagem sem precedentes ao fundo do poço da irresponsabilidade. Nos últimos três anos, emburacaram de vez e ainda demorarão muito para voltar à superfície. Não há mágica, nem batalha retórica que dê jeito. Desde 2014, quando o governo petista “fez o diabo” para reeleger Dilma Rousseff, o governo brasileiro torra mais do que arrecada. Quebrou. No triênio, o déficit acumulado somou R$ 299,5 bilhões. Mas ainda vai aumentar mais, muito mais.
Há três semanas, o governo anunciou a revisão da meta fiscal de 2018, número que consta do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o próximo ano. O rombo oficialmente admitido subiu de R$ 79 bilhões para R$ 129 bilhões, equivalentes a 1,8% do PIB. Não vai parar por aí. As contas públicas ainda conviverão com o vermelho petista até a virada da década: Em 2019, espera-se novo buraco, desta vez de R$ 65 bilhões. Nada disso, ressalte-se, é da lavra exclusiva do atual governo.
É fruto da recessão semeada pelos governos petistas e da irresponsabilidade dos gestores defenestrados. Graças ao impeachment, a gestão Michel temer até se esforça para cortar gastos e ajustar o orçamento. Tampouco aqueles que destruíram as finanças do país se fazem de rogados e colaboram para consertar o mal que perpetraram.
Rombos fiscais significam que o governo precisa endividar-se ainda mais para rolar suas dívidas. Desde setembro de 2015, o país perdeu o selo de bom pagador – mais uma herança do PT.
Passou a ser considerado investimento de risco, ficou mais caro financiar-se. A dívida já consome 70% do PIB e ainda vai continuar subindo. Essa dura realidade deveria ser suficiente para conter os celerados que fazem de tudo para evitar o avanço de reformas estruturantes. Argumentando que o remédio para o país é mais e não menos gastos. Essa gente conflita com a aritmética básica, com a responsabilidade mínima e com a honestidade elementar.
As reformas servirão apenas para que as contas públicas não explodam de vez.
A situação expressa nos rombos fiscais em série também implica que, qualquer que seja o próximo governo, se tiver compromisso com o país, terá de continuar adotando medidas para frear as despesas e não para acelerá-las.
Aliás, o mercado agora já aposta numa Selic de 8,25% no fim deste ano, patamar em torno do qual o juro básico brasileiro deve se estabilizar nos anos seguintes.
Alguns podem até achar pouco, mas vale ter presente que há apenas seis meses, quando o governo Michel Temer assumiu o comando do país em definitivo, a previsão corrente no mercado era de uma taxa básica de 11% no fim deste ano. O Copom começou a desmontar os juros estratosféricos em outubro e, desde então, tirou dois pontos percentuais da taxa básica, baixando-a para os atuais 11,25% ao ano.
Sim, o país melhorou após o impeachment.
O crescimento já começa a dar sinais de recuperação. Depois de 11 trimestres, a economia brasileira dá mostras consistentes de que finalmente voltou a crescer. Quase um ano depois de se livrar do PT, o país começa a colher bons frutos na economia. Indicadores recentes sugerem que a recessão pode ter chegado ao fim no trimestre terminado em março.
Até agora, a melhoria pode ser creditada mais à mudança de ares e de posturas; o trabalho árduo vem doravante.
A economia teve desempenho surpreendente em fevereiro, segundo divulgou semana passada o banco central. O acúmulo de bons resultados evidencia o que a mudança de perspectivas é capaz de promover na economia.
Com a saída de Dilma Rousseff, tornada definitiva apenas há pouco mais de sete meses, as expectativas em relação ao país se inverteram dada a aposta num governo mais responsável e comprometido com reformas.
O país pode estar deixando para trás a mais prolongada e mais sombria recessão de toda a sua história. Foram 11 trimestres, ou quase três anos, com a economia diminuindo, o desemprego aumentando – o que ainda não cessou – e a população empobrecendo.
Parece que finalmente estamos virando esta página mal escrita pelo pt. Será lento, será gradual, mas já começou.
Mas e o emprego?
O emprego, como sabe qualquer economista, é o último fundamento a ter melhora depois de uma grave depressão como a que vivemos. O legado do PT foi de mais de 12 milhões de desempregados. Não houve uma greve geral chamada por conta disso!
E a corrupção?
A operação lava jato já estava agindo e continua o seu caminho, sem qualquer tipo de obstrução que o PT propalava, apesar de atingir integrantes do próprio governo. Além disso, muitos dos ministros de Temer sob os quais pairam suspeitas como Padilha, Moreira Franco, Kassab, etc, já estavam orbitando no governo Dilma.
Não teve golpe. Teve impeachment e certamente, ainda que com as complicações de temer, está sendo melhor para a economia que a gestão terrível que nos trouxe até aqui.
Obrigado, senhor presidente!