O principal marqueteiro do PT, João Santana, foi preso nesta terça-feira (23) por receber 7,5 milhões dólares em uma conta secreta no exterior – o equivalente a R$ 30 milhões. A Polícia Federal suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato. Mulher e sócia de Santana, a jornalista Mônica Moura também foi detida junto com o marqueteiro ao desembarcar em São Paulo.
Além de campanhas políticas, Santana prestou outros serviços ao PT. O marqueteiro passou a ser conselheiro político e homem de confiança da presidente Dilma Rousseff nos últimos seis anos. Ele também redigia os discursos mais importantes da petista e era chamado ao Palácio da Alvorada em momentos de crise, como as manifestações de junho de 2013.
Segundo reportagem desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo, pesquisas qualitativas e quantitativas feitas pelo marqueteiro eram utilizadas pelo governo para traçar estratégias políticas.
A Polícia Federal apontou em relatório que “há forte probabilidade” de que os pagamentos tenham “vinculação direta” aos serviços que Santana prestou ao PT.
O deputado federal Marco Tebaldi (PSDB-SC) acredita que os repasses feitos a João Santana têm fortes ligações com esquemas de corrupção.
“Está cada vez mais evidente essa forma do PT fazer campanha, utilizando recursos não só da Petrobras, mas de todas as estatais. Tudo leva a crer que seja dinheiro de propina, porque essa é a especialidade do PT.”
Para o deputado Tebaldi, o elo entre o marqueteiro e a petista deve ser aprofundado nas investigações conduzidas pela Polícia Federal.
“É um homem de confiança, é um homem número um do governo. Porque foi graças a ele, inclusive, que [o PT] conseguiu fazer toda a propaganda enganosa, vender toda aquela ilusão para a população. Tudo através do marketing. Então, ele é um dos grandes responsáveis também de deixar o país na situação que se encontra.”
Como defesa, João Santana alegou que o dinheiro que tem fora do país veio de campanhas feitas no exterior. A PF chegou aos supostos recursos ilícitos recebidos após apreender, em fevereiro do ano passado, um bilhete enviado pela mulher do marqueteiro a um lobista, indicando contas de Santana fora do Brasil.