Florianópolis– Relatório divulgado pelo Banco Mundial aponta que o sistema de saúde no Brasil precisa mais de eficiência do que de dinheiro. O relatório, divulgado no dia 9 de dezembro, mostra que problemas de acesso e cuidados especializados no SUS têm mais a ver com desorganização e ineficiência do que com falta de verbas. O governo é ineficaz já que, por incompetência, faz mal e gasta muito, o que resulta em problemas para as pessoas que mais precisam do atendimento público. São erros ou atrasos nos diagnósticos, erros na seleção e administração de tratamentos, demora na divulgação de resultado de exames ou uso de tratamento incorreto ou inapropriado. Isso acontece desde as pequenas cidades até as grandes metrópoles.
Muitos agentes públicos, em vez de realizar, gastam muito mal a verba disponível, sem conseguir atender aos anseios do cidadão. O gasto público, que chega a 3,8% do PIB, está abaixo da média de países em desenvolvimento. O relatório deixa claro que é possível fazer mais e melhor com o mesmo recurso. Significa que não adianta colocar mais dinheiro em um sistema incompetente. Primeiro, é necessário melhorar a gestão para que não se repitam os velhos vícios. Um exemplo citado é a baixa eficiência da rede hospitalar.
Os hospitais poderiam ter uma produção três vezes superior, com o mesmo nível de recursos. Mais da metade dos hospitais brasileiros são unidades pequenas, com menos de 50 leitos. A literatura internacional, porém, aponta que, para ser eficiente, são necessários mais de cem leitos. Não dá mais para compactuar com a incapaz gestão do governo federal, que não consegue definir uma política de saúde, com plano de metas claras que tenha como objetivo melhorar a vida das pessoas.
*Artigo publicado no Diário Catarinense, edição de 21 de janeiro de 2014.