PSDB – SC

Senador Dalirio Beber diz que operação da PF atingiu todos os brasileiros e defende a importância da retomada do crescimento do agronegócio

O senador Dalirio Beber (PSDB-SC), representando a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos – CAE, em audiência conjunta com a Comissão de Reforma Agrária – CRA, recebeu o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, na tarde desta quarta-feira, 22, para falar sobre a “Operação Carne Fraca”, quando destacou a importância do agronegócio para Santa Catarina e para o Brasil, e as graves consequências desta “desastrada” operação.

“O que aconteceu não foi uma ação contra um governo, mas contra a nação. Hoje não existem setores da economia nacional que não sofram as graves consequências desta desastrada operação. Nós, em Santa Catarina, temos no agronegócio, uma atividade extremamente importante para nossa economia, que hoje está combalida. E toda a cadeia do setor da proteína animal está vivendo momentos de grandes dúvidas em relação ao seu presente e ao seu futuro. Por isso, estamos ávidos por informações de como nós poderemos, mais rapidamente possível, superar as dificuldades criadas e convencer os detentores das decisões do mercado internacional, no sentido de fazer com que, possamos retomar o embarque da proteína animal, na velocidade anterior, ou até, na expectativa de aumentar a nossa participação no abastecimento da população do mundo”, destacou o senador.

Dalirio ainda questionou se todos que estão investidos na responsabilidade de decidir, ao anunciar a operação, analisaram, de fato, o impacto negativo que essa decisão poderia trazer no curto prazo e longo prazo. Questionou também a revisão do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RISPOA), de 1952.

“Existe hoje, por parte da Polícia Federal, uma nota ou outra, reconhecendo os excessos, mas essas medidas jamais poderão ser implantadas neste ou em outros setores, sem que se analise de fato os interesses dos brasileiros. Não podemos atingir os mais de 204 milhões de brasileiros que precisam de uma economia forte, que precisam recuperar os mais de 12 milhões de empregos perdidos. Além disso, é imperial a revisão do regulamento, para que se aprimore e atualize a fiscalização do setor”, disse o senador tucano.

O ministro respondeu, reafirmando que o problema detectado na Operação da Polícia Federal, foi pontual e localizado relacionado ao desvio de conduta de alguns servidores, no universo de milhares, e não à qualidade do produto.

“Faremos grandes modificações no RISPOA, através de decreto presidencial, que será anunciado no dia 29. As alterações darão muito mais transparência aos processos e será um novo momento da fiscalização. Estávamos determinados a fazer com que o Brasil saísse dos 7%  de participação no mercado mundial de alimentos, e subisse para 10%, mas o que sofremos agora foi uma pancada, que esse setor não merecia. Temos que recuperar e reorganizar nossa força, e efetivamente mostrar para o Brasil e para o mundo, que aconteceu o desvio de algumas pessoas, e não de um sistema e de uma indústria forte e integrada, que é o futuro do nosso país”, respondeu Blairo.

Para ele, é hora de recuperar a confiança do mercado internacional ao mostrar que o problema detectado na Operação Carne Fraca da Polícia Federal é “pontual e localizado”, relacionado ao “desvio de conduta de servidores” e não à qualidade do produto.

— Nós apoiamos a investigação da Polícia Federal desde que feita dentro dos critérios que deve ser feita, com técnicos que conheçam os regulamentos — ressaltou.

O ministro disse também que não tem como defender quem cometeu irregularidades. Três frigoríficos foram interditados e outros 18 tiveram as exportações suspensas até que as fiscalizações sejam concluídas. Segundo ele, os países que receberam mercadorias dessas empresas já foram avisados. Também houve conversas com Argentina, Chile Uruguai.

Depois de o Japão declarar que vai suspender temporariamente apenas a importação das 21 unidades investigadas, a maior preocupação do governo agora é com a China e Hong Kong, responsáveis por cerca de 40% das exportações e receitas.

Comércio exterior

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, também participou da audiência. Ele informou que o Brasil é o maior exportador mundial de carnes bovina e de frango e o segundo maior país produtor dessas carnes, atrás apenas dos Estados Unidos. Já em relação à carne suína, o Brasil é o quarto maior país exportador e o quarto maior produtor mundial.

O ministro Marcos Pereira acrescentou que as exportações brasileiras de carnes somaram 6,3 milhões de toneladas, o que totalizou US$ 13,5 bilhões. Esse montante, disse o ministro, equivale a 7,3% das exportações totais do Brasil em 2016, que foram de US$ 185 bilhões.

Ele frisou que a carne é o quarto principal produto das exportações brasileiras, ficando atrás da soja (25,4 bilhões exportados em 2016), material de transporte e componentes e minérios e metalurgia.

A carne de aves, segundo o ministério, é a mais exportada: 4,5 milhões de toneladas em 2016, totalizando US$ 7,1 bilhões. Já a carne bovina teve US$ 5 bilhões (1,3 milhão de toneladas) e a suína US$ 1,3 bilhão, com 620 mil toneladas.

Ainda segundo a Secretaria de Comércio Exterior, disse Marcos Pereira, 21 estados brasileiros exportaram carnes em 2016, sendo os maiores participantes Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Outro dado é que 205 empresas brasileiras exportaram carne em 2016 e apenas quatro dos 21 frigoríficos que constam das investigações da Polícia Federal promoveram exportações no ano passado, o que representou 0,9% do total de carnes brasileiras exportadas.

As carnes nacionais foram vendidas para 165 países no ano passado, continuou o ministro, sendo os maiores compradores os Estados Unidos, a China, Hong Kong e Arábia Saudita.

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