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“Venezuela: o começo do fim do chavismo”, por Dr. Vicente Caropreso

vicente-caropreso-eduardo-montecino-ocponlineNo dia 6 de dezembro do ano passado vimos a estrondosa vitória nas urnas da oposição venezuelana sobre o governo chavista de Nicolás Maduro, na qual os opositores alcançaram a maioria suprema de 2/3 do parlamento, que permite até tentar encurtar o mandato de Nicolás Maduro com a convocação de uma Assembleia Constituinte ou uma reforma constitucional. Com os dois terços, a Assembleia também pode remover juízes e titulares de outros organismos do Estado aparelhados pelo chavismo, como o Tribunal Supremo de Justiça, hoje dominado por magistrados chavistas e atuando atrelado aos desejos de Maduro.

O internacionalmente conhecido modus operandi chavista de encarcerar opositores, dissolver manifestações com violência, financiar e usar grupos paramilitares, unido ao aparelhamento da justiça e do legislativo, já permitiam prever alguma reação à derrota.

E ela veio por meio da aparelhada Justiça da Venezuela, que em 30 de dezembro suspendeu a eleição de três dos deputados eleitos da oposição, deixando-a sem a supermaioria qualificada na Assembleia. A meta era impugnar oito; por falta de provas mínimas, só conseguiram implicar três dos opositores em uma suposta denúncia de compra de votos publicada em um jornal do interior, acusação que implicava igualmente um dos deputados da situação que acabou também com sua eleição suspensa.

Mas a oposição venezuelana, antecipando-se, já havia denunciado à ONU, à União Europeia, à OEA, ao MERCOSUL e à Unasul que o governo tentaria dar um “golpe de Estado judicial” ao impugnar a eleição de um grupo de seus deputados. Nesta carta pediam às organizações internacionais que fossem ativados “mecanismos que estejam ao seu alcance para conseguir que a democrática e pacífica vontade de mudança do povo venezuelano seja respeitada”.

O Parlamento Venezuelano soberanamente deu posse aos deputados impugnados pela Justiça e com isso a oposição recuperou a maioria de dois terços, pleiteando a libertação e anistia de todos os presos políticos e a saída antecipada de Maduro; em um gesto simbólico, foram removidas todas as imagens do ex-presidente Hugo Chávez da Assembleia Nacional.

Agora Maduro aplica novo golpe, igualmente via judiciário, cassando aqueles três deputados empossados. Resta-nos observar o que vem pela frente e torcer para que ele não queira manter-se pela força, provocando uma guerra civil em seu país, já tão castigado pelas sequelas do regime narcopopulista, incompetente e fiscalmente irresponsável cujo fim já começou, decretado pela população.

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