Para o ex-deputado federal Constituinte, Djenal Gonçalves (PSDB-SE), o Plano Real foi o programa de maior estabilização da economia brasileira. “A implantação do Real deu força à moeda, responsabilidade à Nação e garantiu aos brasileiros um grande poder de compra, sem precisar fazer estoque de produto, como ocorria antes da sua implementação, há 20 anos”, afirmou.
Congressista entre 1987 e 1995, Gonçalves ressaltou a sua preocupação com o atual modelo econômico, justificando o temor de que a inflação volte a qualquer momento. “Hoje já se pensa em voltar o ‘gatilho’ (Sistema de correção de salários pelo qual só se realiza a correção quando a inflação atinge determinado nível preestabelecido) para segurar a inflação. Tenho receio disso. Conheço muitos (cidadãos) que estão estocando alimentos em casa por conta disso”, afirmou.
De acordo com ele, com o Real “tivemos toda grandeza”, gerada pela estabilidade da moeda. Djenal Gonçalves lembrou que a criação do plano se deu no governo de Itamar Franco que, “por uma decisão divina”, convocou o então senador da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para ser o ministro da Fazenda.
“Um sociólogo com larga experiência de vida, um profissional voltado para as agruras do povo, que na sua sapiência chamou um grupo de pensadores de alto nível da economia do Brasil e intimou que eles sentassem à mesa e formulassem um plano para ver se acabava de vez com a inflação. E assim se fez o plano Real”, rememorou.
Djenal Gonçalves destacou que, após o governo de Fernando Henrique Cardoso, o então presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), ainda, teve a sapiência de manter o plano Real. “Já (a presidente) Dilma (Rousseff) está fugindo das amarras do Real. O que nos preocupa muito, enquanto brasileiros”, frisou.
Plano Real – O Real passou a ser a moeda oficial brasileira, em 1º de julho de 1994. A adoção do modelo foi o mais importante passo de um plano que acabou com a hiperinflação no Brasil e criou bases que, até hoje, garantem a estabilidade da economia do país.
Antes do Real, os brasileiros tinham a inflação galopante como parte de seu cotidiano. Em 1992, a desvalorização foi superior a 1000%, o que colocou o Brasil como um dos únicos países a alcançar a marca, ao lado de Zaire, Ucrânia e Rússia.