Há tempos que vivemos permeados pela necessidade exacerbada de uma reconstrução, não só política, mas de toda a sociedade. As manifestações de 2013, que ensejaram aos gritos por uma democracia que atendesse os anseios sociais, se perderam pela ineficiência de raciocínio lógico, o motivo. Será mesmo que fomos às ruas, empunhando bandeiras e palavras de ordem, para atentar contra algo? O tempo passou, a insatisfação perpetuou e com ela o oportunismo em forma de discurso. É simples e complicado ao mesmo tempo. É necessário escutar as ruas para se dizer o que se pensa e defende. Não existe mais ideologia, distorceram a opinião popular e confundiram o verdadeiro sentido daquilo que se iniciou, “motivado” pelos dez centavos.
Os anos passaram, as pessoas se dividiram e com elas se foram a capacidade que mais define o homem como tal, a capacidade de pensar. Não se constrói uma sociedade digna, justa e fraterna consolidando o radicalismo, “nós contra eles”. Precisamos enquanto sociedade, debater, instruir, verticalizar a discussão elevando o conteúdo e os conceitos, mesmo que seja utópico, e não somente a voz, o rancor e o ódio.
“Não há país democrático do mundo que viva democracia plena em concordância plena. Aceite o contraditório, dialogue”.
João Doria, governador de São Paulo
Nossa sociedade está doente, e não consegue perceber o quão importante é o poder do diálogo e da aceitação. Não se constrói um futuro sem a devida atenção ao presente e sem entender a necessidade que incorpora a visão futurística baseada nas premissas fundamentais contemporâneas.
“O objetivo da educação totalitária nunca foi incutir convicções, mas destruir a capacidade de formar alguma”.
Hannah Arendt
A segurança, a economia, o alto índice de desemprego são problemas a serem combatidos com veemência. Mas num plano teórico/prático e idealista racional, esse combate inicia-se com uma educação de qualidade, em que as próximas gerações vislumbram o mundo ideal. Em que os presídios sejam apenas lugares ermos de um passado social triste, que evoluiu através da educação e percebeu que para se chegar ao sucesso, as pastas, tanto econômicas, de segurança e de fomento e incentivo social, passam integralmente e estruturalmente pela educacional, formalizando toda e qualquer atividade tema num plano de ação retórico, com qualidade e desempenho funcional em torno da evolução estratégica do sistema.
“Usufrua bem deste momento em que você está no ‘alto’”.
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil
Contudo, tempos inférteis sobrevivem na esfera federal. Querem acabar com a democracia que os elegeu, distorcem a realidade e mantêm o populismo de “arrobas”.
“Em um momento de estressamento das relações federativas, a agenda do diálogo se faz ainda mais necessária”
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul
O poder soberano está em xeque. Outrora, respeitava-se, na modernice descumpre-se. O “rei” está nu, mas o pasto é grande e ainda lhe enxergam vestido. O crime de responsabilidade tem como sanção ao “reinado”, o impeachment. Porém, a “monarquia” das bananas ainda despreza o fundamento básico, democrático das instituições e sua independência, o “checks and balances”. Até quando?
(*) Presidente da Juventude do PSDB de Minas Gerais