Um voto de repúdio ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela, por conta da forma como vem reprimindo as manifestações legítimas da população que ocorrem desde o início do ano. Este é o teor do requerimento apresentado pelo senador Alvaro Dias na sessão plenária da última quarta-feira (05). O documento, protocolado na Mesa Diretora, deve ser votado na próxima reunião deliberativa do Senado.
Leia abaixo, na íntegra, o requerimento apresentado pelo senador:
“As manifestações iniciadas no início do ano na Venezuela contra a situação de extrema insegurança e declínio econômico no país foi apoiada pela oposição. O governo Venezuelano, no entanto, reprimiu as manifestações de forma excessiva com 17 mortos e 261 feridos até o momento, além da injustificada prisão do líder oposicionista. Somada a repressão severa com abusos cometidos pelas autoridades podemos citar a censura aplicada na imprensa venezuelana e internacional com alegações infundadas de manipulação de fatos e fotos. O que se vê naquele país é o total desrespeito às instituições democráticas e aos direitos humanos, beirando verdadeiramente um Estado ditatorial. A maioria dos países democráticos da região já se manifestou contrários à escalada da violência e desrespeito praticados. Por todo o exposto, requeiro a aprovação do voto de repúdio ao que vem ocorrendo na vizinha Venezuela reiterando nosso compromisso histórico com os direitos humanos”.
Senador também lamenta corte de recursos para a segurança pública
Ao criticar, no Plenário, o descaso e a ineficiência do governo federal no setor de segurança pública, o senador Alvaro Dias leu uma notícia que, para ele, é tão triste quanto estarrecedora: o Conselho Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à ONU, acaba de divulgar que o consumo de cocaína no Brasil mais que dobrou nos últimos dez anos e já é quatro vezes superior à média mundial.
A pesquisa do Conselho da ONU, citada pelo senador, revela ainda que, em 2005, 0,7% da população entre 12 e 65 anos consumia a droga. Em 2011, essa taxa chegou a 1,75%. E as más notícias no setor de segurança, segundo Alvaro Dias, não param por aí. O senador lamentou, na Tribuna, o corte, por parte do governo Dilma, de uma emenda parlamentar de toda a bancada paranaense, destinada a reforçar o aparelhamento da polícia na região de fronteira do estado do Paraná.
Para Alvaro Dias, o corte da emenda, no valor de R$ 130 milhões, “é uma temeridade” e demonstra a falta de visão estratégica deste governo, já que os recursos seriam utilizados para equipar as forças de segurança no combate à entrada de drogas no Brasil.
“Os valores da emenda da bancada paranaense iriam melhorar a segurança na tríplice fronteira, mas a presidente Dilma, o ministro Mantega e a ministra do Planejamento a bloquearam, no orçamento. A emenda que toda a Bancada do Paraná apresentou visava garantir a aquisição de equipamentos modernos e sofisticados pelas forças de segurança que iriam melhorar a vigilância na zona de fronteira, nos municípios compreendidos entre Foz do Iguaçu e Barracão, mais ao sul do estado, e Foz e Guairá, mais ao norte do Paraná. Esses equipamentos modernos iriam ajudar na conjugação de esforços de vários setores da segurança, incluindo as políticas e o Exército, para gerar maior segurança na faixa da tríplice fronteira. O prejuízo, na esfera da segurança pública, engloba não apenas o Paraná, mas todos os brasileiros”, disse o senador.
Ele destacou ainda que, no ano passado, o governo já havia contingenciado mais de R$ 3 bilhões do Orçamento da União para a segurança pública no país.
Durante o pronunciamento, Dias também relatou que esteve em Londrina (PR), na última sexta-feira (28/2), conversando com representantes dos bombeiros, da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Polícia Federal sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia para o desempenho de suas funções. Os policiais, informou o senador, pedem recomposição salarial e mais estrutura para a realização de seu trabalho.
Alvaro Dias citou uma pesquisa que aponta que mais de 250 agentes deixam a Polícia Federal anualmente, em busca de melhores salários, e mais de 85% do quadro se sentem infelizes no trabalho. “Conversei longamente com os Policiais Federais em Londrina na última sexta-feira, ouvi deles as reivindicações que são veiculadas e o desenho da realidade vivida por essa instituição essencial para o país, especialmente nesse momento em que a população indignada se encontra.
*Da assessoria de comunicação do senador