Brasília (DF) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva adota duas posições em relação à presidente Dilma Rousseff. Em público, elogios e afagos. Mas no privado, com empresários e amigos, ele faz críticas e recomenda correções nas áreas política e econômica. Para o presidente do PSDB de São Paulo, o deputado federal Duarte Nogueira (SP), é a demonstração do equívoco “de tentar eleger postes”.
As informações estão na reportagem publicada nesta segunda-feira (24) na Folha de S. Paulo. De acordo com o texto, reservadamente, críticas ao estilo de governar de sua sucessora e uma certeza: a presidente Dilma precisa mudar em 2015 em um eventual segundo mandato no Palácio do Planalto.
“É o PT rejeitando o PT”, ressaltou Duarte Nogueira. “É o Lula demonstrando no particular o erro de ter ajudado a eleger a Dilma”, afirmou ele. “É a confirmação que ajudar a eleger postes acaba prejudicando o país e fazendo sofrer o eleitor.”
Sinceridade
A reportagem informa que nas conversas, Lula não tem sido modesto nas queixas em relação à Dilma. “O Lula demonstra no particular o excesso de sinceridade. Mas no público, quando há imprensa, a sinceridade dele não cabe”, destacou Duarte Nogueira.
Apesar das críticas, nas conversas recentes Lula diz ter confiança de que Dilma será reeleita e afasta qualquer possibilidade de assumir o lugar de sua ex-ministra na campanha.
Nas conversas com empresários e políticos nas duas últimas semanas, Lula tem dito que a atual equipe econômica está com o prazo de “validade vencido” e que a presidente terá de escalar não só um novo time na área como também fazer correções na sua política econômica para fazer o país voltar a crescer com taxas na casa dos 4%.
Equívocos
Segundo o ex-presidente, Dilma precisa aprender a vender o Brasil no exterior e melhorar a interlocução com o empresariado brasileiro, que também elevou o tom das reclamações contra o que consideram um estilo intervencionista da presidente.
Para Lula, a presidente deve criar um novo “núcleo duro” para gerenciar o governo e administrar as demandas da base aliada no Congresso. Na avaliação da equipe de Lula, Dilma centraliza demais e delega pouco.