Brasília – Mais um sinal alarmante para os níveis educacionais no Brasil. Segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o país ocupa o oitavo lugar no ranking de nações com o maior número de adultos analfabetos. Do total de 774 milhões de analfabetos no mundo, 72% deles se concentram em dez países, sendo que o primeiro é a Índia, com um total de 287 milhões. As informações são de reportagem desta quarta-feira (29) do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, o Brasil tem 13,2 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais.
Para o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), titular da comissão de Educação do Senado, a postura do Ministério da Educação (MEC) vai na contramão da história.
“Nos últimos anos, tivemos um aumento para 13 milhões no número de brasileiros analfabetos. Isso significa que as nossas políticas de ensino não estão funcionando. O governo institui a alfabetização a partir dos oito anos de idade como meta, sendo que o mundo todo faz a partir dos seis. Além disso, não temos escolas públicas de qualidade e temos uma deficiência muito grande nos ensinos básico e médio, o que reflete nas faculdades”, disse.
Cotas
O parlamentar avaliou que a gestão petista tenta consertar os gargalos na educação da forma errada, por meio de cotas.
“O governo federal trabalha assim: está com febre, quebra o termômetro. Escondendo os dados, maquiando os índices. A nível mundial, acontece isso que está acontecendo, e as consequências sociais disso são muito graves. Aquele que está excluído tem facilidade para entrar na marginalidade, ser influenciável”, alertou.
Professores
Cyro destacou ainda que o ensino no Brasil não tem contemplado uma melhora de nível, e cobrou mais atenção e respeito aos professores.
“Não adianta distribuir tablets se você não prepara melhor os professores, não dá assistência. Hoje, um dos cursos menos procurados nas universidades é o de Pedagogia. É uma profissão que não está sendo cuidada. O olhar desse governo para educação tem deixado muito a desejar”, completou.
Investimentos
Em meio aos resultados pífios no setor educacional, a equipe econômica da gestão Dilma ainda cogita a possibilidade de reduzir os recursos no orçamento da educação. O objetivo é tentar equilibrar as contas públicas e recuperar a credibilidade fiscal.
Para o deputado federal Nilson Leitão, líder da Minoria na Câmara, a propaganda do governo não condiz com a realidade.
“Dilma brinca de governar. Foi eleita com fama de boa gestora, mas só é boa para o PT, não para o Brasil. Infelizmente, a única pesquisa em que o país melhora é o índice de corrupção. Só esperamos que esse período do PT que engana, que aplica maquiagem em contas públicas, que promete investimentos e não cumpre, chegue finalmente ao fim nas próximas eleições”.