Brasília – O ano não vai começar bem para o bolso dos brasileiros. A nova tabela do Imposto de Renda (IR), que entra em vigor no dia 1º de janeiro, será reajustada em apenas 4,5%, bem abaixo da inflação. É o que mostra reportagem publicada hoje no jornal O Estado de S. Paulo, que aponta gastos muito mais elevados para os contribuintes em 2014.
Para o deputado federal e integrante da comissão de Finanças e Tributação Valdivino de Oliveira (PSDB-GO), a notícia é alarmante para os trabalhadores. “O Brasil tem uma das grandes cargas tributárias mundiais, que só cresce e faz o trabalhador pagar cada vez mais”, afirmou.
Segundo o parlamentar, os dados apresentados são muito ruins para a economia porque, quanto menor o salário líquido do trabalhador, menor será o consumo. “Se a tabela corrige abaixo e o salário sobe, a carga tributária cresce e, como resultado, as pessoas vão pagar mais”, reiterou o deputado.
Nos últimos dez anos, a disparidade entre a correção aplicada e a inflação foi tão alarmante que o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) lançou uma campanha para apresentar um projeto de lei designado a diminuir essa diferença.
Em 1996, um levantamento da consultoria Ernst & Young revelou, por meio de um levantamento, que o limite de isenção da tabela progressiva anual beneficiava os contribuintes que recebiam o equivalente a 6,55 salários mínimos. Já em 2014, com o salário mínimo chegando a R$724,00, serão beneficiados somente os que recebem até 2,47 salários mínimos.
A correção da tabela do IR mostra que a inflação leva ao aumento da carga tributária, que, segundo o Fisco, representa cerca de 35,85% pro Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O governo Dilma havia prometido uma inflação no centro da meta, resultado ilusório, não obtido durante todo o mandato petista e improvável de acontecer no ano que vem